Pessoas cadastradas pela ONG Instituto Amigos da Periferia, em Maceió (AL), recebem semanalmente doações de ossos de boi e peles de frango, vindas de açougues do mercado público da capital alagoana.
A ONG tem 22 voluntários e atende cerca de 350 famílias do bairro do Benedito Bentes. Na última quinta-feira (7), por exemplo, cerca de 50 quilos de ossadas e pele foram doados em pouco mais de meia hora, diz o UOL.
Glaydiane Ferreira, 35 anos, reforçou que está “tudo mais difícil”. “Com esse governo, a gente tem de comer osso e pele doado ou passa fome mesmo. No passado, a gente comia carne, mas hoje não tem como comprar, com os preços em que estão”, afirmou.
Não são apenas os alagoanos que disputam ossos no Brasil. Uma cena registrada em Cuiabá (MT) no ano passado, quando pessoas fizeram filas para receber doações de ossos de boi em um açougue.
Erick dos Santos, 19, também foi à ONG pegar os alimentos doados. Ele mora com a avó e o marido dela. Vai ao instituto para buscar as doações para sua casa e a de uma tia que mora ao lado. “Isso aqui dura uma semana, são poucas pessoas”, diz ele, mostrando duas sacolas cheias de ossos e peles.
Segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a insegurança alimentar grave atingiu 15,4 milhões de brasileiros (7,3% da população) entre 2019 e 2021.
Fonte: UOL