Andrei Roman, executivo-chefe do AtlasIntel destacou que polarização afetará eleições estaduais
O economista e cientista político e de dados Andrei Roman, executivo-chefe do AtlasIntel, instituto de pesquisa contratado pelo Grupo A Tarde para aferir as intenções de voto dos baianos, disse em entrevista à CNN Brasil neste domingo, 28, que os candidatos a governador e a senador sem o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou de Jair Bolsonaro (PL) devem ter mais dificuldade para se destacar durante a campanha eleitoral.
“Há muito pouco espaço para o centro. É um grande desafio para candidatos a governador e a senador que não estão nesses dois polos conquistar legitimidade política para as candidaturas. Alguns conseguem pela aprovação do mandato, como Romeu Zema (Novo), em Minas Gerais, mas essa não é a regra”, apontou Roman.
Na pesquisa mais recente realizada por seu instituto na Bahia, os candidatos ao governo Jerônimo Rodrigues (PT) e ACM Neto (União Brasil) em empate técnico e, em alguns cenários, o petista aparece já na frente do ex-prefeito de Salvador. Uma das hipóteses para isso, é o fato de Neto insistir em não assumir lado diante da disputa presidencial.
Para o cientista político, as pesquisas de outros institutos devem começar a retratar o cenário que a AtlasIntel já vinha sinalizando desde as primeiras pesquisas, contrariando as previsões de uma eleição resolvida com amplo favoritismo e antecedência.
“A pesquisa Atlas desde o início mostrou um cenário bem competitivo. A ideia que ACM Neto tinha possibilidade bem grande de vencer a eleição no primeiro turno estava baseada na metodologia que oferecia nomes sem contextualizar o perfil político”, disse Roman no dia 24 ao A TARDE, lembrando a grande diferença observada entre as intenções de voto entre os candidatos, antes e depois de associá-los a algum dos favoritos na corrida presidencial.