Apresentador da Bandeirantes ameaçou deixar o PSL após fusão do DEM e foi cortejado pelo governador da Bahia
O governador da Bahia Rui Costa (PT) quer reunir nomes como o do apresentador Luiz Datena (PSL), o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o ex-presidente Lula (PT) para discutir um projeto político para o Brasil nas eleições de 2022.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta sexta-feira (1º), Rui oficializou o convite a Datena. Ele disse que não é preciso ter unanimidade nas opiniões, nem que todos sejam da mesma vertente política, “até porque a beleza está nas diferenças”, mas que é preciso dialogar diretrizes para recuperar o Brasil.
“Quero conversar com você sobre política, sobre o Brasil. Precisamos juntar os homens e mulheres de bem para salvar o nosso país. Vamos almoçar ou jantar para conversar, como quero conversar com outras pessoas. O Brasil precisa de você, de mim, do Alckmin, do Lula, de todo mundo que possa ajudar a salvar o país de toda essa tragédia que estamos vivendo”, disse o governador.
O convite ocorreu após Datena criticar a fusão do PSL com o DEM. “Não procurei o partido, fui procurado, me deram o cargo de presidente da República. Se estão querendo atrair deputado, governador, se estão atraindo esse povo, estão perdendo um candidato. Se continuar desse jeito eu dou no pé nesse partido e vou para outro. Quero ajudar o povo. Acho que sacanagem muito grande gastar tanto dinheiro assim com política”, disse o apresentador, que definiu a fusão mero interesse no fundo partidário.
Rui concordou: “O que estamos vendo são partidos sendo fundidos, não porque têm afinidades políticas e sentou conversou e fez programa de governo para o Brasil, mas por olho no dinheiro. O que se comenta é que terá o maior fundo partidário. Estão buscando essa fusão para tentar atrair o maior número de candidatos a deputados federais e, com isso, tentar fazer a maior bancada. Reunir a maior montanha de dinheiro para atrair o maior número de candidatos”.
Durante a entrevista, o governador da Bahia também disse ver polarização no próximo pleito e que não acredita em terceira via. “Muito difícil viabilizar terceira, quarta, quinta via. Tenho repetido isso há um ano. A gente fica discutindo apenas nome. Éramos para estar discutindo o que vamos fazer pelo nosso país. O que vamos fazer pela economia, para gerar emprego, para melhorar a inclusão social, para diminuir a fome, para tirar as pessoas das ruas. Por isso quero ajudar nesse processo. Conversar com você [Datena], Alckmin, Lula, todo mundo. Cada um de nós pode contribuir”, afirmou.
Rui citou um relatório feito pelo Banco Mundia, intitulado de ‘Década de Ouro do Brasil’, que define os anos de 2003 a 2013 como o melhor período pelo qual o país passou, para reforçar que é possível recuperar a economia.
“Está mais do que demonstrado que é possível. Com diálogo, corrigindo eventuais erros. Estamos mais maduros e a maturidade faz com que a gente tenha mais humildade. Precisamos dialogar, chamar a imprensa, todo mundo e conversar. Não pode ter gente medíocre, despreparada e preguiçosa governando nosso país. O cara não sabe responder uma pergunta”, declarou, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).