O governador pode decidir quem vai compor a chapa de reeleição em reunião do conselho político que acontece amanhã.
O governador Rui Costa deve decidir nos próximos dias quem vai compor a chapa de reeleição. O ex-governador Jaques Wagner já bateu o martelo e vai entrar na disputa ao Senado. João Leão, por sua vez, quer se manter na vice e Coronel deve ser nomeado para a segunda vaga à senatoria – mesmo com o desejo do deputado Antônio Britto em assumir o posto na vice. Na segunda, Rui Costa afirmou que o desejo de João Leão “conta mais do que o desejo do PP”. “Como disse, prioritariamente será feito o que for do desejo do João Leão, que conta até mais do que o desejo do PP”, declarou aos jornalistas. Na semana passada, indagado pela Tribuna, Coronel afirmou que “é um homem de partido” e que vai aceitar qualquer decisão.
“O nosso partido, o PSD, tem uma vaga na chapa majoritária. O nosso nome deverá ser o indicado, mas ainda tem muita água a rolar até as convenções. Se for indicado, estarei pronto para assumir a campanha. Se não for, não terei nenhum problema em apoiar qualquer nome na base do governador Rui Costa. Estou aqui para somar e não para causar nenhuma desavença dentro do grupo”, declarou o presidente da AL-BA. Amanhã, o conselho político vai se reunir e pode sair do encontro a chapa para o governo do Estado.
A senadora Lídice da Mata, do PSB, reuniu-se na tarde da última segunda-feira com o governo do estado para falar sobre a composição da chapa à reeleição do governador Rui Costa (PT). A informação foi obtida com exclusividade pela coluna Raio Laser. Ela foi convidada a desistir da decisão de tentar a reeleição e até mesmo a descartar uma eventual candidatura à Câmara Federal. A estratégia, que estaria sendo costurada pelo ex-governador Jaques Wagner, colocaria Lídice como secretária estadual num eventual segundo governo Rui, com a garantia de que seria alçada à condição de candidata a prefeita de Salvador, em 2020. A pessebista é contra a ideia. A estratégia dela é se viabilizar como a segunda candidata de esquerda, já que existem duas vagas à senatoria neste ano. Além disso, a possível candidatura do ex-ministro Joaquim Barbosa requer um palanque na Bahia. Lídice está convencida também de que a militância da esquerda não vai votar em Ângelo Coronel. Ela atuaria como uma “candidata oculta” de Rui, que também vai lançar Wagner ao posto.
Ainda segundo a Raio Laser, outra linha de raciocínio mostra uma senadora Lídice da Mata bem orientada pelo seu novo mentor, o deputado estadual Marcelo Nilo (PSB). Há quem diga que, se depender de Nilo, a senadora vai demorar de recuar na decisão de tentar integrar a chapa do governador Rui Costa como candidata à reeleição. Nesta semana, também houve encontro de Rui com João Leão e Otto Alencar.
Lidice nega encontro com Wagner, Coronel ou Rui
À Tribuna, Lídice negou que tenha se reunido com Wagner. “A parlamentar esteve, durante a tarde e início da noite, em uma agenda política com os dirigentes do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro), de quem recebeu o apoio total e irrestrito para sua candidatura à reeleição para o Senado Federal. Na oportunidade, os dirigentes sindicais definiram que a chapa da entidade é Lula presidente, Rui Costa para governador e Lídice e Wagner para o Senado”, disse a nota divulgada pela assessoria da senadora. No entanto, a Tribuna reafirma que confia nas suas fontes e que o encontro, de fato, ocorreu.
De acordo com os sindicalistas do Sindipetro, não há vaga para outro candidato que não seja o da atual senadora. “Temos acompanhado a atuação de Lídice no Congresso Nacional e, ao contrário de outros políticos que compõem a base do governo, Lídice se posicionou sempre a favor do povo brasileiro, votando contra a Reforma Trabalhista, contra a redução de investimentos públicos, dentre outras matérias”, analisa David Bacelar, secretário-geral do Sindipetro. Também diretor do sindicato que é vinculado à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Central Única dos Trabalhadores (CUT), Radiovaldo Costa disse que a reeleição da senadora Lídice da Mata é uma bandeira dos movimentos sindicais e dos trabalhadores baianos. Já o também dirigente do Sindipetro, Edson Cabeça, disse que a trajetória da senadora e sua coerência politica devem ser levados em conta na escolha por uma vaga na chapa. “Lídice sempre teve lado e sempre do lado dos que mais precisam e não do patronato”, resumiu.