NOVA BAHIA 2024

Programa da PM leva cultura de paz para a sala de aula

Proerd celebra 20 anos informando e conscientizando estudantes, famílias e comunidades

Há 20 anos, a Polícia Militar da Bahia atua nas escolas públicas com o programa de prevenção à violência – Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE

Completando 20 anos em 2023, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), da Polícia Militar da Bahia (PM), é responsável por aulas e atividades em escolas, promovendo a prevenção à violência e ao uso de drogas não apenas dentro da escola, mas também para as famílias e as comunidades. Só no primeiro semestre deste ano, o Proerd alcançou mais de 800 estudantes de diferentes escolas da rede pública de ensino.

“No primeiro momento, os estudantes ficam observando desconfiados, pois tomam aquele choque de ter a Polícia Militar dentro da escola”, relata o diretor da Escola Estadual Dom Avelar Brandão Vilela, em Fazenda Grande do Retiro, Tarcisio Ferreira de Jesus. “Mas não demora para eles perceberem que a polícia é uma parceira deles e nossa.”

A equipe da Proerd é presença constante na instituição, já que seu diretor preza o diálogo e chama o programa sempre que percebe a necessidade. No início do ano, quando houve casos seguidos de invasões escolares pelo País, por exemplo, Tarcisio solicitou a presença de integrantes do programa. “Sempre buscamos desenvolver essa cultura de paz na comunidade escolar”, afirma.

Aluna de 14 anos da unidade, Júlia Rosa conta que desde muito nova participava das aulas e atividades da Proerd. “Sempre aprendi muita coisa nas aulas deles, desde não usar drogas até o quanto beber é ruim”, conta. “Acho que esse é o tipo de coisa que é muito importante ensinar para a gente desde criança e continuar quando somos adolescentes. Sem a informação, quando a criminalidade chega às crianças, existe a chance de elas se envolverem e não estudarem mais – quando estudar é a chance de a gente aprender, ter uma profissão e trabalhar.”

Segundo o diretor, a orientação correta é o principal ativo do Proerd. “O foco das atividades não é a violência, mas justamente a prevenção da violência e, principalmente, desenvolver nessas crianças e adolescentes uma visão de educação, paz, parceria e integração”, testemunha. “E aí, com certeza, devagarzinho, a gente vai mudando a sociedade.”

Instrutora da Proerd há 19 anos, a subtenente Joselia Rodrigues dos Santos explica que as aulas ministradas abordam temas sobre integração social, noções de cidadania, promoção da autoestima, além de ensinar maneiras para recusar qualquer tipo de aliciamento. “E, por ser aplicado apenas por policiais militares, o programa também propicia a aproximação da Polícia Militar com a família, com a escola e com a comunidade”, afirma.

Olhar diferenciado

Nos 23 anos como policial militar, muitos dos quais atuando não apenas no Proerd, mas em outros programas, projetos e ações que são desenvolvidos nas comunidades e nas escolas, Joselia tem percebido uma mudança significativa e coletiva, tanto nas escolas quanto nas famílias beneficiadas pelos programas desenvolvidos. 

“São alterações que vão da mudança de comportamento à conduta moral e legal perante a sociedade”, afirma. “E, com isso, ainda estamos contribuindo para uma concepção e um olhar diferenciados quanto à atuação da Polícia Militar e de seu efetivo, principalmente na condução do policiamento de crianças e adolescentes, construindo assim uma relação de confiança entre a escola, polícia e família.” 

Entre encontros formativos, visitas guiadas a espaços fora do ambiente escolar, oficinas, mediação de conflitos e rodas de diálogos com crianças, adolescentes, famílias e equipe escolar, a PM já impactou – além das ações do Proerd –, quase 2 mil pessoas, só entre janeiro e julho deste ano, com os seus demais programas e ações. 

Professor de história e geografia da Escola Estadual Dom Avelar Brandão Vilela, Diego Laerlle explica que é justamente isso o que a sociedade mais precisa: “uma polícia cidadã, que dialoga com a educação e com a escola”. 

SIEL GUINCHOS

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