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MG: Prefeito diz que deve romper amigavelmente contrato com Gusttavo Lima

Documento previa que metade do valor fosse pago no ato da assinatura. Prefeitura de Conceição do Mato Dentro nega ter havido pagamento.

Cantor Gusttavo Lima — Foto: Reprodução/Redes Sociais

O prefeito de Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas Gerais, José Fernando Aparecido de Oliveira (MDB), disse na última terça-feira (31) que negocia com a equipe do cantor Gusttavo Lima para não ter que pagar multa de R$ 600 mil pelo show que foi cancelado.

“Estamos caminhando para um distrato amigável pra evitar qualquer tipo de judicialização”, disse o prefeito.

Gusttavo Lima se apresentaria no dia 20 de junho, durante a 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus Do Matozinhos. O cachê cobrado foi de R$ 1,2 milhão.

O show foi cancelado após reportagem do g1 que dizia que a verba empenhada viria da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), tributo pago pelas mineradoras às cidades onde há atividades minerárias. Porém, essa verba só pode ser usada em educação, saúde e na infraestrutura.

O show de Bruno e Marrone, contratados por R$ 520 mil, também foi cancelado. Outras 14 atrações estão mantidas.

“Depois dessa confusão toda envolvendo a nossa cidade, envolvendo o nosso município, envolvendo a minha honra pessoal nós resolvemos cancelar o evento para o bem do serviço público, para preservar a paz, para preservar a ordem”, disse o prefeito.

José Fernando defende que tudo foi feito dentro da legalidade já que o retorno para a cidade será muito alto. A expectativa da prefeitura é que o evento atraia cerca de 80 mil pessoas.

“A lei federal 13.540 prevê que 20% Cfem sejam investidos em atividades relativas à diversificação econômica, ao desenvolvimento mineral sustentável e ao desenvolvimento científico e tecnológico. Turismo é diversificação econômica. E a Cavalgada é turismo religioso”, falou ele.

Conforme contrato entre a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro e a “Balada Eventos e Produções LTDA”, empresa de Gusttavo Lima, no valor total de R$ 1,2 milhão, metade do dinheiro seria paga no ato da assinatura, que aconteceu em abril deste ano. A outra metade seria quitada até 15 de junho de 2022.

No entanto, esse mesmo contrato também prevê multa de 50% do valor do negócio em caso de rescisão. Com isso, há uma compensação, e o sertanejo não precisaria devolver o valor que, pelo contrato, já teria sido pago.

O contrato tem como base a Lei Federal 8.666 de 1993, que estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos, que só prevê devolução da garantia paga antes do evento em casos de “não haver culpa do contratado”.

Procurada, a assessoria de imprensa de Gusttavo Lima ainda não respondeu sobre o acordo que está sendo firmado com a prefeitura.

Ministério Público de Minas Gerais e Ministério Público de Contas apuram se houve irregularidades na contratação do músico

Fonte: G1

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