O preço internacional do cacau caminha para uma trajetória de alta nos próximos 12 meses, sustentado por projeções de menor oferta no mercado. Avaliação é Caio Santos, da StoneX, em análise divulgada pela Associação da Indústria Processadora do Cacau (AIPC).
“A perspectiva para o ciclo corrente 22/23 (iniciado agora em outubro) ainda sugere que os preços do cacau devem caminhar em trajetória altista nos próximos 12 meses, haja vista as projeções de déficit entre 45 e 55 mil toneladas”, diz o especialista, na nota divulgada pela entidade.
Santos explica que, ao longo do mês de setembro, a commodity foi negociada com tendência de baixa na Bolsa de Nova York. O mercado abriu o mês passado cotado a US$ 2,413 mil por tonelada e encerrou a US$ 2,354, uma queda de 2,45%. Isso mesmo com um movimento de alta registrado na última semana do mês passado, diante de uma percepção de risco menor nos mercados globais.
O que pode limitar esse suporte aos preços é a expectativa para a economia internacional, especialmente na Europa. Segundo o analista da StoneX, o cenário pode afetar as projeções de demanda. Com isso, caso a situação persista, não deve haver espaço para grandes recuperações de preços do produto.
Baixa
Na segunda-feira (17/10), o contrato para dezembro teve queda de 1,56% em Nova York, valendo US$ 2,340 mil por tonelada. Os papeis para vencimento de março de 2023 caíram 1,14%, também valendo US$ 2m340 mil a tonelada.
De acordo com o Valor Econômico, os operadores do mercado futuro negociaram soba expectativa de que o crescimento da moagem não deve ser significativo neste ano. Entre janeiro e setembro deste ano, a Europa, por exemplo, processou 1,1 milhão de toneladas, alta de 2,8% em relação ao mesmo período em 2021.
No Brasil, de janeiro a setembro, a moagem de amêndoas de cacau totalizou 165,356 mil toneladas, de acordo com dados da AIPC. O volume é 1% menor que o do mesmo período no ano passado, quando o volume processado foi de 166,968 mil toneladas.
“A moagem no mundo tem sofrido reduções em razão na instabilidade econômica global. No Brasil não é diferente, mas ainda que ainda estejamos com um volume menor do que no ano passado, a perspectiva é que volume de moagem se aproxime da média dos últimos cinco anos, que é de 220 mil toneladas”, avalia, em nota, Anna Paula Losi, diretora executiva da AIPC.
Fonte: Globo Rural