A Polícia Federal identificou a participação de pastores evangélicos em golpes milionários que atingiram pelo menos 25 mil pessoas em todo o país, incluindo fiéis de igrejas. De acordo com informações obtidas pelo blog do jornalista Fausto Macedo, do Estadão, eram criadas narrativas para enganar as vítimas e tirar dinheiro delas. Uma delas prometia uma comissão sobre a ‘recuperação de antigas letras do Tesouro Nacional’.
Os fiéis pagavam pelo menos R$ 1 mil esperando grandes lucros que nunca chegavam. “A característica principal da fraude está em atingir a fé das pessoas e na sua crença em um enriquecimento rápido e legítimo, levando-as a crer, inclusive, que tal mecanismo seria um “presente de Deus aos fiéis”, ou seja, trazendo a fé religiosa para o centro da fraude. A maneira mais prática de explicar isso talvez seja a crença de que contra a fé não há fatos nem argumentos. Muitas vítimas não estão interessadas em entender, pensar ou se informar – só estão interessadas em acreditar. E é exatamente neste ponto que a fraude tomou proporções inimagináveis e ganhou território nos mais diversos Estados da Federação”, aponta o relatório do delegado Guilherme Guimarães Farias.
A Operação Ouro de Ofir foi deflagrada na últimaa terça-feira (21). Sidiney dos Anjos Peró, alvo de prisão temporária, é apontado como um dos líderes do esquema e responsável por organizar os pastores evangélicos com o objetivo de enganar os fiéis. Segundo os investigadores, integrantes da organização criminosa usavam grupos no WhatsApp para ludibriar as vítimas e usavam frases como “vocês tem que acreditar”, “vocês foram os escolhidos“ e “aguardem que a benção virá” para estimular a participação das pessoas.