Embora faltem praticamente dois anos para a eleição de 2026, quando serão eleitos o governador da Bahia e seu vice e dois senadores, a formação das chapas já está a todo vapor. No lado do governo, a chapa está praticamente montada: Jerônimo Rodrigues é candidato à reeleição e terá como candidato ao Senado o senador Jaques Wagner e o ex-governador Rui Costa. Então só resta uma vaga, a de vice-governador, e ela terá de ser usada para contemplar o PSD, o maior partido da Bahia e com maior número de prefeitos.
E é aí que aparece o problema que vai exigir da base aliada uma grande habilidade política de modo a mantê-la intacta, pois é assim que vem vencendo todas as eleições que participa. O problema é que o senador Angelo Coronel teria, teoricamente, um direito natural à reeleição, e o fato de que não terá seu nome contemplado na chapa de senadores montada traz dúvidas quanto ao seu posicionamento e do seu partido. O problema é que Coronel vem afirmando que é candidato à reeleição e a oposição, capitaneada pelo ex-prefeito ACM Neto, já manifestou o interesse de tê-lo na chapa de oposição ao governo Jerônimo Rodrigues.
Nada indica, por enquanto, que isso venha acontecer e o governador já se movimenta no sentido de abrir perspectivas para Coronel e já nesta segunda-feira anunciou o interesse de trazer uma liderança jovem para a chapa governista, citando explicitamente Diego Coronel, filho do Senador, que poderia ocupar a posição de vice. Ora, sendo assim, seria uma chapa extremamente forte, com dois ex-governadores eleitoralmente testados e com o PSD ocupando a vice-governança.
Mas, como diria Garrincha, ainda falta consultar os russos. Os russos, no caso, seria o PSD e mais especificamente o Senador Otto Alencar, líder inconteste do partido e o próprio senador Ângelo Coronel que até agora não se manifestou sobre trocar a senatoria pelo cargo de candidato a vice-governador para seu filho. O senador Otto Alencar tem mais quatro anos de mandato e poderia assimilar a hipótese, mas resta saber se não seria do seu interesse colocar como candidato a vice seu próprio filho, o deputado Otto Filho, que assim poderia ter garantido o cargo de governador da Bahia ao final do mandato, caso Jerônimo Rodrigues fosse reeleito e se descompatibilizasse para concorrer em 2030. Não se sabe tampouco se Ângelo Coronel estaria disposto a deixar a candidatura ao senado, candidatando-se à Câmara dos Deputados, mas, sem dúvida, ter o filho como vice-governador é uma proposta tentadora.
Nesse sentido, a chapa governista estaria mais ou menos encaminhada e o fato de ser composta por três nomes do Partido dos Trabalhadores não parece ser problema, até porque o ex-governador Rui Costa poderia migrar para o Avante.
Do lado da oposição ainda não há definições sobre a chapa, embora seja praticamente certo que o ex-prefeito ACM Neto saia como o candidato a governador pelo União Brasil. O restante da chapa fica no reino da especulação, com direito a lembrar que o Prefeito Bruno Reis tem, se quiser, o lugar assegurado como candidato a senador e será um candidato forte. Note-se, porém, que no caso da formação da chapa de oposição ainda há que se avaliar o quadro nacional, afinal, nacionalmente o PT só tem um candidato que é o Presidente Lula, e a oposição tem vários e ainda não está claro como as potenciais candidaturas vão evoluir. Se até 2026, Lula estiver forte é um cenário; se não é outro e isso pode até mudar a cabeça da chapa oposicionista, ainda que isso seja mera especulação. A ver também!