Servidor foi afastado após ganhar uma moto de presente.
Os pastores Gilmar dos Santos e Arilton Moura subornaram um servidor do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento Nacional da Educação) com uma moto, relatou o atual ministro da Educação, Victor Godoy. A declaração consta em relatório da CGU (Controladoria-Geral da União), que investiga corrupção na gestão de Milton Ribeiro.
As informações foram divulgadas pelo jornal “O Estado de S.Paulo”, que teve acesso ao documento de 300 páginas. Na investigação da Polícia Federal, os pastores são citados como lobistas do “balcão de negócios” no MEC (Ministério da Educação). Sem cargos oficiais no governo, Gilmar dos Santos e Arilton Moura tinham poder sobre a agenda de Ribeiro e supostamente cobravam propina para a liberação de recursos a prefeituras.
Segundo relatório da CGU (Controladoria-Geral da União) ao qual o Estadão teve acesso, os religiosos cooptaram um servidor do FNDE, identificado como João, para agilizar a liberação do dinheiro. O FNDE concentra a maior parte da verba do MEC.
O documento também diz que o servidor João ganhou uma moto do pastor Arilton Moura como suborno. O funcionário foi exonerado e o caso é investigado pela CGU.
O relatório da CGU serviu como base para a operação realizada na última quarta-feira (22) pela Polícia Federal, batizada de “Acesso Pago”, e que culminou com a prisão preventiva de Milton Ribeiro. A ação apura suspeitas de corrupção e tráfico de influência na liberação de verbas do FNDE.
Durante a gestão de Milton Ribeiro, a dupla de religiosos participava de agendas fechadas para discutir o uso de recursos. No ano passado, o então ministro quis nomear Arilton Moura a um cargo do MEC. A informação também consta em depoimento de Victor Godoy.
A ideia era que ele ocupasse um posto no gabinete de Ribeiro. Como não havia vaga, o então secretário-executivo do MEC, Victor Godoy, ofereceu um cargo em sua área com salário de R$ 10.373,30.
Moura ficou “descontente com a remuneração”, externou sua insatisfação na frente de servidores e solicitou posto “com melhor vencimento”. Mais tarde, a nomeação do pastor foi barrada pela Casa Civil, mas o relatório da CGU não esclarece o motivo. A solução encontrada foi a nomeação do advogado Luciano Musse, que fazia parte da comitiva dos pastores.
Fonte: UOL