NOVA BAHIA 2024

“Me preparei para esse momento, estou mais do que preparado”, diz Agnaldo Liz

Com o projeto de recuperar o DNA rubro-negro, o Vitória tem se movimentado na busca por peças que consigam assumir essa responsabilidade e corresponder todas as expectativas à altura. Para isso, o primeiro nome a pintar na Toca não foi de um jogador, mas sim, de um velho conhecido do Leão. No início de dezembro, após a saída de João Burse, Paulo Carneiro trouxe de volta Agnaldo Liz, ex-zagueiro e técnico campeão baiano com o Vitória em 2004.

Em entrevista ao Grupo A TARDE, o novo comandante revelou alguns detalhes sobre a sua relação com o presidente do Vitória, o balanço sobre o trabalho que vinha sendo desenvolvido anteriormente na base e a expectativa de comandar os garotos do time de aspirantes no Baianão.

O primeiro compromisso do Leão será no dia 22 de janeiro, diante do Jacobina, no Barradão. Confira a conversa com o atual comandante da equipe de transição do Vitória que promete recuperar o título de ‘Fábrica de Talentos’ do Leão.

Você está assumindo agora esse ano um trabalho que já vinha sendo desenvolvido ao longo de um certo tempo pelo João Burse. Qual a avaliação que você faz da equipe?

Estamos dando uma sequência naquilo que foi criado aqui dentro do Vitória. A questão do segmento do sub-23. Hoje, a gente da sequência nesse início de temporada visando o Baianão com essa segunda equipe de profissionais que tem, em sua totalidade, atletas da categoria de base que vinham disputando competições de aspirantes no ano passado. Enquanto ao trabalho do João Burse, acho ele um profissional de altíssima qualidade, que estava aqui fazendo um excelente trabalho. Nosso objetivo é manter esse trabalho de formação, transição dos atletas para a equipe de cima. Esse é o nosso verdadeiro objetivo, oportunizar esses atletas a jogarem uma competição diferente, que foi programada desde o ano passado pelo nosso presidente. 

Qual foi o principal ganho do grupo com o adiamento do início do Baianão?

Estava bastante preocupado com relação a isso, essas seções de treino que seriam muitas curtas. Do dia 2 à preparação, com os exames e das poucas sessões de treinos que a gente teria para estrear. Com isso, a gente ganhou a preparação para esses jogos-treinos e amistosos. Foram dois amistosos que ganhamos, no dia 15 será contra a Jacuipense, aqui no Barradão, e no dia 18 contra o Atlético de Alagoinhas, lá em Alagoinhas. Testes importantes para ganharmos volume de atuações e que a gente se aproxime de uma boa performance, visando a estreia contra o Jacobina, dia 22.

Qual a maior dificuldade que o time encontrará no Baianão ao enfrentar equipes com atletas profissionais e renomados, como Nonato e Magno Alves?

Acho que a história do Vitória é muito grande. Estamos trabalhando com atletas profissionais, com contratos profissionais, rodagem, já atuaram na equipe principal, já possuem Campeonato Brasileiro. Lógico que não tem a experiência desses atletas citados e contratados pontualmente por essas equipes do interior, mas sabemos que iremos enfrentar equipes fortes, bem armadas e com mais tempo de preparação do que o nosso. No entanto, o peso da nossa camisa, da nossa história e dos jogadores que têm aqui, creio que iremos disputar o campeonato na busca pela classificação e, posteriormente, pelo título.

Do elenco sub-23, existem algumas peças que acabaram de chegar ao grupo, como o goleiro João Pedro. Existe uma ideia em dar prioridade a quem já estava no elenco?

Não tem prioridade. Lógico que tinha uma base que foram vistos e analisados os jogos dos atletas ano passado. Acompanhei alguns jogos do sub-20 e sub-23, análise dos vídeos e coisas que a gente vê no dia a dia trabalhando. É bem claro o método, oportunizar aquele que está em uma melhor fase. Estamos construindo dessa forma. Oportunizar, independente de idade. Sempre será aquele que estiver melhor para ajudar a equipe

A equipe de transição também vai disputar outras competições ao longo de 2020, qual a sua expectativa para o restante da temporada?

Isso é bom, dá rodagem aos atletas. Já começa pelo Campeonato Baiano. Quando você direciona um campeonato do início ao fim, com aquela equipe, é importante porque motiva esses atletas. Além disso, tem o nosso segmento com um calendário para o ano todo, oportunizando um clube da grandeza do Vitória, com muitos atletas e bons negócios futuros, porque a base é fantástica. A ideia é retomar isso, para que possamos fazer grandes atletas para o profissional, ter um maior número de jogadores formados aqui no Barradão, e isso irá motivar todas as categorias futuramente.

O que está sendo feito para acabar com a dificuldade que alguns jogadores possuem na hora de sair da base para o profissional?

Primeiro passo é a questão do nosso presidente. A ideia é bem clara, passando pelo Bruno Pivetti, que vem na coordenação geral na parte técnica, e esses segmentos que foi criado, o qual já teve modelo em outros lugares e estamos seguindo. Isso tem uma importância e será impactante lá na frente. Por isso requer um tempo de adaptação, mas teremos esses modelos. Isso irá gerar frutos lá na frente e o crescimento será de todas as categorias. Acho que vai oportunizar o Leão ter grandes jogadores para o mercado nacional e internacional.

Esse modelo de treinos simultâneos irá se manter?

Temos alinhado os treinos. Lógico que são comissões técnicas diferentes, mas isso ajuda com uma percepção nossa do que se está sendo feito, das conversas que estamos tendo principalmente com o presidente, aquilo que ele deseja, e o Geninho que é nosso comandante principal, quando ele retornar da cirurgia. Estamos aqui para trabalhar em prol do Esporte Clube Vitória e da equipe principal.

Sua relação com o Vitória já é antiga, você teve duas passagens aqui como jogador e uma como técnico. Como foi esse contato com Paulo Carneiro?

Já estava me preparando realmente para isso. Tive uma conversa com Paulo há algum tempo. Ele sabendo da minha busca, mesmo saindo daqui em 2004 e, depois 15 anos, retornando. Trabalhei em muitas equipes do futebol brasileiro, Série C e D, times de quase todos os estados. Nesse período, ainda tinha contato com Paulo no Athletico-PR. Passei no Palmeiras também para me atualizar na questão de estar fora dos trabalhos dirigindo um clube. Mas a busca era de algo interessante nesse sentido, que oferecesse uma estrutura legal e que tivesse uma comissão técnica para crescer profissionalmente. Pela minha história dentro do clube e minha relação com o presidente, isso foi oferecido. Me preparei para esse momento, estou amplamente satisfeito e mais do que preparado para ajudar o clube.

Apesar de estar no Sub-23, você é um treinador que durante boa parte de sua carreira – inclusive aqui no Vitória – comandou equipes principais. Existe algum planejamento de sua parte, a longo prazo, de subir novamente ao profissional?

Não, nem penso nisso. A ideia de ser contratado ao Vitória foi justamente de trabalhar nessa transição, ser o comandante do sub-23. Essa é minha meta, ajudar o clube nesse processo que vai ser muito importante para o meu próprio crescimento profissional e o trabalho no dia-a-dia para ajudar essa garotada nesse crescimento também. A reconstrução do clube parte de todos, com cada um fazendo a sua parte, dar sua contribuição como tem que ser feito. Eu acredito que o clube vai crescer e vai crescer muito.

Até o momento, seis contratações foram direcionadas ao sub-23. Você tem participado dessa busca por jogadores?

Sim, estamos tratando isso desde que eu cheguei aqui, no dia 2 de dezembro, a gente já começou a analisar muitos nomes através dos nossos analistas de desempenho, passando pelo Alarcon Pacheco, diretor de futebol, depois o presidente. A gente conversa diariamente, tratando desses assuntos e chegamos num elenco satisfatório para a disputa do Baiano.

O grupo já está fechado?

Todo bom jogador que é oferecido dentro do mercado, o clube tem que abrir espaço. Nesse início, estamos tratando de mais uma peça que é um zagueiro, mas já está sendo resolvido. Têm os meninos da Copinha, outros que estão no grupo principal. Isso é tratativa minha com a presidência e a hora que tiver essa peça iremos trabalhar.

Qual a avaliação que você tem feito a respeito dos atletas que disputaram a Copinha?

Sempre é bom ter alguns atletas que estão lá e eram para estar aqui. Agora, recentemente, teve o Samuel, que estava treinando com a gente, mas houve um problema de atacante no grupo e ele precisou viajar para São Paulo para compor o plantel sub-20 lá na Copa São Paulo.

Apesar do pouco tempo à frente do time, existe algum jogador que você consegue ver e acredita que ele poderá deslanchar para o restante da temporada?

O trabalho é para deixar todos em condições de servir quando o Geninho precisar. Essa é nossa função aqui, preparar e motivar todos. Deixá-los preparados para quando o Geninho precisar. Ele poder utilizar porque os atletas estarão bem preparados naquilo que tem que ser e que todos desejam. Trabalhar visando prepará-los na equipe principal.

*Sob supervisão dos editores Nelson Luis e Rafael Tiago Nunes​

SIEL GUINCHOS

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