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Justiça manda prender tenente filmado ao agredir advogado em calçada de Goiânia

Decisão determina ainda afastamento, suspensão do porte e recolhimento de armas de outros três PMs envolvidos. Tenente disse que a ‘conduta é sua forma reagir às provocações’.

A Justiça mandou prender preventivamente o tenente Gilberto Borges da Costa, que foi filmado espancando, junto com outros policiais, o advogado Orcelio Ferreira Silverio Junior, de 32 anos, em uma calçada de Goiânia. A decisão determina ainda o afastamento, a suspensão do porte e recolhimento das armas dos outros três policiais que aparecem no vídeo agredindo o advogado (veja acima).

A decisão é da juíza Bianca Melo Cintra e foi publicada na segunda-feira (20). Também respondem ao processo o cabo Robert Wagner Gonçalves de Menezes, soldado Ildefonso Malvino Filho, soldado Diogenys Debran Siqueira Silva e soldado Wisley Liberal Campos. Todos são acusados pelo crime de tortura.

g1 entrou em contato com a Polícia Militar questionando se o mandado de prisão contra o tenente e o afastamento dos demais envolvidos já foram cumpridos por meio de um e-mail enviado às 15h04 e aguarda um retorno. A reportagem não conseguiu o contato da defesa dos réus até a última atualização.

Na decisão, que o g1 teve acesso, consta que o pedido de prisão contra o tenente se deu após testemunhas relatarem que estão “extremamente atemorizadas com a situação que presenciaram”. Além de constar nas investigações informações de que “pessoas andaram rondando a região em que ocorreram os fatos e a casa de parentes da vítima”.

Advogado Orcelio Ferreira Silvério fica com hematomas após ser agredido por policial, em Goiânia, Goiás — Foto: Arquivo pessoal
Advogado Orcelio Ferreira Silvério fica com hematomas após ser agredido por policial, em Goiânia, Goiás — Foto: Arquivo pessoal

Consta ainda que o tenente declarou em depoimento que a “prática daquele tipo de conduta é sua forma reagir às provocações feitas contra sua pessoa”. O que, segundo a Justiça, convalida os fatos apurados durante as investigações, de que a abordagem policial inicial se deu em razão de questões pessoais enfrentadas pelo acusado anteriormente, e não pelo fato de “flanelinhas” estarem fazendo cobrança irregular na região.

A Justiça chegou à conclusão de que o acusado “faz uso da farda para impor de forma deturpada sua vontade, o que é inadmissível como agente estatal no uso de suas funções públicas”. Além de destoar completamente do estabelecido no Procedimento Operacional Padrão (POP).

Policiais do Giro na Central de Flagrantes de Goiânia após agressão contra advogado — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Policiais do Giro na Central de Flagrantes de Goiânia após agressão contra advogado — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Violência

O advogado foi agredido pelos policiais no dia 21 de julho. Ele levou os socos na frente do pai. Orcélio Ferreira Silvério disse que o filho chegou a desmaiar por três vezes.

“Estou me sentindo um homem morto, porque um pai que vê um filho ser espancado e não poder fazer nada. Um homem de 62 anos que toma remédio controlado. Eu fiz três pontes de safena há três anos. É muito revoltante”, lamentou Silvério.

Agressão em delegacia

Momento em que policial dá série de socos em advogado, Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Momento em que policial dá série de socos em advogado, Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

O advogado denuncia que foi agredido novamente pelos policiais. Desta vez, dentro da Central de Flagrantes da Polícia Civil, para onde foi levado após a abordagem em frente ao camelódromo. Segundo Orcélio, um agente foi conivente.

Uma apuração foi instaurada na Corregedoria da Polícia Civil. Foram pedidas imagens de câmeras de segurança e serão analisados os exames de corpo de delito para verificar se, de fato, houve a segunda agressão.

Momento em que advogado fica com pescoço preso entre as pernas de PM, em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Momento em que advogado fica com pescoço preso entre as pernas de PM, em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Fonte: G1

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