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Governo Trump alerta para risco de colapso no transporte aéreo em novembro se paralisação continuar

WASHINGTON — O governo Trump alertou para o risco de colapso no transporte aéreo em novembro a paralisação do governo continuar, já que os controladores de tráfego aéreo deixarão de receber seus salários e o país entrará na movimentada temporada de festas de fim de ano.

O “shutdown” parcial das atividades do governo dos Estados Unidos teve início no dia 1º de outubro, após o Congresso não chegar a um acordo sobre o orçamento.

Controladores de tráfego aéreo trabalham sem remuneração desde que a paralisação começou, com aeroportos em todo o território do país sofrendo atrasos significativos e cancelamento de voos devido a uma escassez de pessoal. O impacto se intensifica porque antes do shutdown já existia uma demanda por mais controladores.

Aeronaves estacionadas no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington. Foto: Alex Wong/ALEX WONG

Aeronaves estacionadas no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington. Foto: Alex Wong/ALEX WONG

“Pode ser um desastre, realmente pode ser, porque nesse ponto, estamos falando de pessoas que perderam três salários, já perderam quatro”, disse o vice-presidente J.D Vance na Casa Branca na quinta-feira, 30, após uma reunião com líderes da indústria da aviação. Os controladores “estão fazendo coisas heroicas para que tudo funcione da melhor maneira possível”, afirmou.

Vance acrescentou: “Todas as pessoas com quem converso, sem exceção, estão preocupadas com o fato de os atrasos chegarem a um ponto em que tornem muito, muito difícil para os americanos viajarem de avião.”

Desde o início da paralisação, o governo Trump vem alertando para os potenciais perigos nos céus. Sean Duffy, secretário de Transportes, tem falado repetidamente sobre o impacto que a falta de salários teria na já sobrecarregada força de trabalho de controladores de tráfego aéreo.

A Administração Federal de Aviação (FAA) precisa de cerca de 3.000 controladores para atingir o quadro ideal de aproximadamente 14.000, que é necessário para manter as torres de controle e outras instalações de tráfego aéreo responsáveis ??por gerenciar o fluxo de voos entre aeroportos e evitar colisões entre aeronaves.

E esta semana, os controladores — que estão entre os funcionários federais obrigados a trabalhar durante a paralisação — tiveram um dia de pagamento sem receber nada.

Duffy afirmou que os controladores não devem esperar o mesmo tipo de medidas que o governo tomou para garantir que os militares continuem recebendo seus cheques. Autoridades do governo Trump reiteraram na quinta-feira seus apelos para que os senadores democratas abandonem suas exigências por concessões na política de saúde e apoiem um plano de financiamento emergencial republicano.

Embora a paralisação tenha durado quase um mês, as viagens aéreas continuaram sem um grande aumento de interrupções significativas, mesmo com alguns dos principais aeroportos — incluindo o Aeroporto Internacional Newark Liberty, o Aeroporto Internacional de Los Angeles e o Aeroporto Nacional Ronald Reagan, de Washington — relatando paralisações em solo e longos atrasos devido à falta de pessoal nas torres de controle.

Duffy, que também participou da reunião na Casa Branca na quinta-feira, sugeriu que o sistema conseguiu resistir aos efeitos da paralisação devido à dedicação dos controladores e a algumas circunstâncias favoráveis: outubro foi um mês de viagens relativamente tranquilo e a maior parte do país teve bom tempo.

“Mas, à medida que nos aproximamos de novembro, as viagens aumentam”, disse Duffy, falando em termos preocupantes sobre a temporada de festas coincidindo com mais salários perdidos. Esta semana, ele começou a alertar que, embora muitos controladores de tráfego aéreo tenham reservas suficientes para absorver um salário perdido, ele não conhecia nenhum que conseguisse passar por dois sem prejuízo.

Com a aproximação da temporada de viagens de fim de ano, ele disse que muitos controladores de tráfego aéreo “talvez queiram permanecer no emprego, mas não podem”. Ele previu que muitos outros começariam a aceitar trabalhos extras ou a abandonar seus empregos completamente para conseguir se sustentar.

Nesse ponto, “você terá problemas em massa começando no espaço aéreo”, disse Duffy. “As pessoas não poderão ir de um lugar para outro.”

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