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Governo do DF lança aplicativo sobre aleitamento materno

Ferramenta deve elevar a marca de abastecimento de 1.350 a 1.500 litros de leite por mês.

O governo do Distrito Federal lançou na última sexta-feira (19) o aplicativo Amamenta Brasília, para os sistemas operacionais Android e iOS (iphone), que visa ampliar o fornecimento aos bancos de leite da região. O evento, ocorrido na estação de metrô de Águas Claras, celebra o Dia Mundial de Doação de Leite Humano.

O aplicativo deve elevar a marca de abastecimento de 1.350 a 1.500 litros de leite por mês, segundo a coordenadora dos bancos Miriam Santos. Em um ano, o portal teve a média de 463 acessos e ajudou a arrecadar 15.893 litros de leite.

Ao discursar no evento, a coordenadora ressaltou o papel do aperfeiçoamento da comunicação na formação de uma rede de incentivo. Ela disse que as mães doadoras se transformam, com as redes sociais, em facilitadoras e multiplicadoras.

“Precisamos trazer a doação de leite para o século XXI. A comunicação hoje é rápida”, disse. Com as ferramentas digitais administradas pelas superintendências regionais e pelas doadoras, são geradas cerca de 30 novas adesões de mães por dia, segundo ela. Antes, eram somente seis ou sete.

Nos quatro primeiros meses do ano, 3.643 crianças receberam leite materno em UTIs neonatais no DF.

Segundo a assessoria de imprensa, a cobertura total é um dos fatores que validam o título de cidade autossuficiente em leite humano, conferido a Brasília pelo Ministério da Saúde. Com critérios diferentes de outros estados, o Distrito Federal não interrompe a entrega do leite quando o bebê atinge o peso ideal.

Desenvolvido pela empresa Moringa Digital, o aplicativo evitará situações como desencontros da doadora com os bombeiros coletores. Além do agendamento, as mães poderão receber notificações durante o recolhimento, obter instruções de coleta e a lista de todos os bancos de leite do DF.

A primeira-dama Márcia Rollemberg, informou, na oportunidade, que dez automóveis serão adicionados à frota do projeto. Para ela, a modernização reafirma “novas formas de se pensar as relações”.Benefícios do aleitamento

Além de fornecer ao bebê vitaminas, minerais e proteínas fundamentais para o equilíbrio de seu organismo, o aleitamento traz benefícios às mães, que, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), diminui os riscos de câncer de mama e ovários. É exclusivamente por meio de substâncias do leite materno que a criança adquire proteção contra doenças como pneumonia, infecções de ouvido, alergias e diarréia.

As formas de nutrição de lactentes e crianças da primeira infância têm piorado. Em relatório do Unicef atualizado em dezembro de 2013, a organização assinalou que, de 2008 a 2012, 67,7% dos bebês iniciaram o aleitamento materno na primeira hora após o parto. Pelo menos 41% das crianças com menos de seis meses de idade tiveram como única fonte de alimento a amamentação e 25,2% foram lactantes até os 2 anos de idade. Dados de outubro de 2016 apontaram que os números foram, respectivamente, de 43%, 39% e 26%.

A década de 1970, de acordo com Miriam, firmou a posição da mulher no mercado de trabalho e abalou a percepção sobre o aleitamento. Desde essa época, o discurso favorável ao leite materno precisou ser reiterado.

A coordenadora dos bancos de leite disse que no Brasil, a opção pelo leite humano prevalece entre as mulheres de baixa renda. “Inclusive, a população que mais doa leite é a menos favorecida. Mães que têm um melhor poder aquisitivo acham que aquele substituto do leite materno pode ser a mesma coisa e não é, é leite de vaca na lata. Ela sofre a influência dessa mídia, das indústrias de alimento, achando que isso é melhor. Isso é marketing. [As mulheres pobres] vão para as unidades do SUS. As nossas unidades do SUS trabalham com isso diariamente, com o aleitamento”, afirmou.

Mobilização mundial

Expoente de defesa da causa, a World Alliance for Breastfeeding Action (WABA) organiza, anualmente, a Semana Mundial de Amamentação, há 25 anos. A rede chama a atenção para o alastramento da temática, que passa a compreender, inclusive, dilemas ambientais e direitos do consumidor.

O aleitamento materno surge, na perspectiva de seus defensores, como oposição e resistência à incorporação de fórmulas artificiais de alimento. Organizações como a Waba argumentam que os produtos artificiais são nocivos tanto para a saúde infantil como para o ecossistema. Neste ano, as atividades do evento ocorrerão de 1º a 7 de agosto.

Com informações da Agência Brasil.

Serviço

A doadora pode agendar a coleta pelo aplicativo, pelo site ou por telefone, através da opção 4, do 160. As mães podem, ainda, comparecer a um dos 14 bancos de leite ou postos de coleta. As informações estão disponíveis no site oficial da campanha: http://amamentabrasilia.saude.df.gov.br/

 

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