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Francana é nomeada para chefiar Operação Lava Jato

A procuradora Raquel Branquinho estudou na Escola Estadual ‘Torquato Caleiro’ e fez direito na Unesp. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A mais importante investigação sobre corrupção e desvio de dinheiro público já desenvolvida no País terá agora o comando de uma advogada francana. A procuradora Raquel Branquinho acaba de ser escolhida como um dos oito membros que, a partir desta quarta-feira, assumem as investigações da Lava Jato. Além disso, Branquinho foi nomeada chefe da Secretaria da Função Penal Originária, à qual a operação ficará subordinada.

A nomeação da francana foi publicada ontem no Diário Oficial da União pela nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Além de Branquinho, os procuradores que compõem o grupo da Lava Jato são José Alfredo de Paula Silva (coordenador), Herbert Reis Mesquita, José Ricardo Teixeira Alves, Luana Vargas Macedo, Marcelo Ribeiro de Oliveira, Maria Clara Barros Noleto e Pedro Jorge do Nascimento Costa. Os dois últimos são os únicos procuradores mantidos da gestão anterior, do ex-procurador-geral Rodrigo Janot.
Outros cinco que trabalhavam com Janot tiveram sua participação no grupo estendida por apenas mais 30 dias, só como período de transição. Depois disso, deverão deixar a equipe.
O time da Lava Jato na gestão Janot tinha dez membros.
Conforme a assessoria de Dodge, após vencer o prazo dos membros provisórios, poderá haver novas nomeações, a depender da demanda.
No anúncio, Dodge também especificou as atribuições dos membros do Grupo de Trabalho da Lava Jato. Os procuradores atuarão de forma exclusiva à operação, poderão participar de audiências judiciais, tomar depoimentos, solicitar documentos que auxiliem na investigação e participar da celebração de acordos de delação premiada.
Histórico
Raquel nasceu em Franca e cursou o ensino médio na Escola Estadual “Torquato Caleiro”. Fez direito no campus da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Franca e trabalhou no Fórum local, como escrevente na 1ª Vara Cível. A procuradora está em Brasília desde 2003, atuando em casos penais e de improbidade administrativa.
A francana foi responsável por investigações de crimes de desvio de recursos públicos, atuando, inclusive, no caso do mensalão.
Ficou conhecida ao investigar a participação indevida na renovação de um contrato envolvendo loterias entre a empresa de tecnologia Gtech e a Caixa Federal.
Atuou, também, na força-tarefa montada para desmembrar a chamada Operação Zelotes, que apurou o pagamento de propina a funcionários do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), para que multas aplicadas a empresas fossem reduzidas ou anuladas.

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