Com investimento de R$ 1,2 milhão e expectativa de movimentar até R$ 10 milhões em negócios, Belém (PA) recebe desde quinta-feira (27 de setembro) o Chocolat Amazônia – 5º Festival Internacional do Chocolate e Cacau.
Durante quatro dias, o evento vai expor aos consumidores marcas de chocolate e promover debates e cursos com produtores, chefs e pesquisadores sobre a cacauilcutura no país e no Estado, a sustentabilidade da produção, a fabricação de chocolates de origem e o uso do cacau na gastronomia. Cerca de 60 mil pessoas devem passar pelo Hangar, espaço de convenções onde se realiza o festival.
Em seis anos, o Pará dobrou sua produção de cacau, chegando a 117 mil toneladas na última safra, o equivalente a quase 50% da produção brasileira. Pelos dados da Ceplac, a produtividade média no Pará é de 911 quilos por hectare e a produção deve crescer entre 7% e 9% por ano até 2030.
Seguindo o exemplo dos produtores baianos, alguns cacauilcultores paraenses também descobriram as vantagens da verticalização e passaram a produzir suas próprias marcas de chocolate, em vez de apenas vender o cacau fino ou commodity.
Segundo o empresário de eventos Marco Lessa, contratado pelo governo do Estado para organizar o festival, no primeiro ano havia apenas uma marca de chocolate de origem no Pará e nesta edição haverá dez.
Lessa, que promove também o Festival Internacional do Chocolate em Ilhéus, diz que o cacau do Pará leva vantagem sobre o da Bahia atualmente por ter mais produtividade, produção diversificada espalhada por todas as regiões do Estado e ter o apelo de ser um produto da Amazônia, o que garante maior interação com os mercados europeu e americano.
O Estado, no entanto, não tem nenhuma grande indústria de cacau e perde em competitividade por conta do custo do transporte. A Bahia concentra o plantio na região de Ilhéus, é sede das principais fábricas moageiras do país e tem mais facilidades logísticas.
Nos próximos anos, o Pará pode ganhar fábricas pequenas e também uma grande planta industrial. Segundo Lessa, um representante de uma indústria norte-americana interessada em instalar 30 pequenas plantas de processamento de chocolate nas principais cooperativas e associações do Pará vai participar do evento em Belém. E a construção de uma grande fábrica na região Transamazônica deve ser anunciada no festival pela produtora Elcy Gutzeit, chamada de “rainha do cacau”.
A realização do Chocolat Amazônia é bancada pelo governo do Estado, através de recursos do Funcacau, instituído para promoção e pesquisa dessa cadeia agrícola que é uma das bases da economia paraense.
São Paulo
A capital paulista deve ser o próximo endereço do festival do chocolate. Lessa diz que o evento vai ocorrer em 2019, uma semana antes da Páscoa, no espaço da Bienal, no Ibirapuera. “Quando todo mundo estiver louco para comer chocolate, vamos fazer um festival geral de chocolate lá, com um espaço especial para o tipo “bean to bar [da amêndoa à barra]”.
Estão nos planos do empresário ainda levar para shoppings de todo o país uma exposição itinerante sobre cacau e chocolate, especialmente, para o público infantil e adolescente. “Queremos apresentar a história do cacau, a importância, a sustentabilidade da produção e as características desse alimento extremamente saudável.”