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Estado investe na rede pública de ensino e no eixo pedagógico

Gerida pelo senador licenciado Walter Pinheiro, a Secretaria da Educação vem desenvolvendo um conjunto de ações com foco no fortalecimento do eixo pedagógico.

Gerida pelo senador licenciado Walter Pinheiro, a Secretaria da Educação do Estado (SEC) vem desenvolvendo um conjunto de ações, programas e projetos com foco no fortalecimento do eixo pedagógico das escolas da rede estadual, a partir de um novo perfil de oferta. Uma dessas medidas, segundo a pasta, é a expansão da Educação Profissional, inclusive com cursos em escolas de Ensino Médio regular, a implantação de novos Centros Juvenis de Ciência e Cultura (CJCC), do projeto Escolas Culturais, das parcerias com o Google e universidades, a contratação de novos professores e coordenadores pedagógicos através de concurso público, a formação de 23 mil educadores em tecnologias educacionais e o incentivo aos projetos de iniciação científica e à formação de clubes de leitura nas escolas são algumas das iniciativas que estão sendo desenvolvidas para melhorar a qualidade da educação.

Durante a jornada pedagógica, a prioridade nesse sentido foi evidenciada, quando os educadores da rede construíram de forma coletiva novas metodologias de aprendizagem. Outra medida decisiva, apontada pela SEC é o incremento de mais de 3.700 profissionais da educação, entre professores e coordenadores pedagógicos aprovados em concurso público, conforme explica o secretário da Educação, Walter Pinheiro. “Já convocamos estes profissionais para que comecem a atuar nas escolas, nas mais diversas disciplinas, além de que todas as escolas da rede agora passam a contar com coordenadores pedagógicos. Esta contratação foi pautada como um desafio, porque tivemos cortes no recebimento de recursos federais, mas entendemos a necessidade destes novos profissionais para dinamizar o ambiente escolar e dar sua contribuição para este novo perfil de oferta da rede estadual”.

Segundo a SEC, as ações voltadas para o eixo pedagógico também incluem melhores condições de ensino e aprendizagem, a partir de investimento na infraestrutura das escolas. No período de 2015 a 2018, foram realizadas 30 construções de novos prédios escolares, 27 ampliações e 412 recuperações de prédios que integram a rede estadual. No ano de 2018, encontram-se em execução mais 14 construções de novos prédios escolares em diversos municípios, 97 ampliações e 454 recuperações de unidades escolares. Uma das prioridades apontadas pelo secretário Walter Pinheiro é a ampliação da oferta de cursos técnicos de nível médio nas escolas. “Estamos acabando com essa ideia de que estes cursos devem ser ofertados apenas em centros específicos, como os CEEPS e CETEPS. Portanto estamos levando estes cursos para todas as unidades da rede, para que o aluno tenha a oportunidade de acessar estas ofertas no horário oposto ao que está matriculado, despertando para uma vocação e se preparando melhor para a vida, seja para o mundo do trabalho, o que inclui o empreendedorismo, ou para o ingresso ao Ensino Superior. Inclusive já temos o apoio do MEC para o curso superior em Tecnólogo, de dois anos, que serão ofertados também na rede estadual”, afirma Pinheiro.

A Rede de Educação Profissional do Estado da Bahia é hoje a primeira do Nordeste e a quarta maior do Brasil, considerando todas as redes de ensino, segundo dados do INEP. Só neste ano estão sendo ofertadas mais de 160 mil vagas na rede estadual. No período de 2015 a 2018, a matrícula cresceu 38,01% e os cursos estão relacionados ao perfil econômico e cultural de cada localidade. A partir do novo perfil de oferta, a Secretaria diminuiu o tempo dos cursos regulares de quatro para três anos e implantou novas modalidades como o regime da pedagogia da alternância, que atende a estudantes que vivem em zonas rurais e filhos de agricultores familiares.

Na Educação Profissional, a SEC também está implantando Fábricas-Escolas, que são dotadas de espaços e equipamentos para práticas específicas, de acordo com o perfil de cada território. Já foram inauguradas as Fábricas-Escolas do Chocolate em Gandu e Ilhéus,  a do Couro, em Ipirá, e da Construção Civil, lançada na quinta-feira (31), no Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão Severino Vieira, em Salvador. A estudante Milena Casaes, 17, 3º ano do curso de Edificações, falou como a Fábrica-Escola contribuirá para a sua formação profissional. “A unidade vai nos dar mais visibilidade e, consequentemente, mais oportunidades de estágio para que possamos concluir o nosso curso, que exige 150 horas e um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Com esta fábrica, vamos aperfeiçoar a formação profissional, podendo colocar em prática tudo que aprendemos na sala de aula”, disse.

Aliando o novo perfil de oferta com a tecnologia, a Secretaria da Educação também firmou uma parceria com o Google contextualizando as escolas com o século XXI. Trata-se do e-Nova Educação, que está sendo implantado em mais de 500 escolas estaduais, inclui a formação de professores e o uso de um Ambiente Virtual de Aprendizagem de última geração, se configurando uma rede social de conhecimentos que integra estudantes e professores. Esta é a maior parceria firmada pela Google com uma rede pública de ensino no mundo.

A novidade tem provocado uma euforia entre os estudantes e entusiasmado professores, imprimindo uma nova dinâmica nas escolas. Tem sido assim, por exemplo, na Escola Professor Luiz Fernando Macedo Costa, no bairro de Águas Claras, em Salvador. Com o uso dos chromebooks, os conteúdos são trabalhados em linguagem multimídia, integrando áudio, vídeos e textos. A estudante Andressa Figueiredo, 12 anos, 8º ano, fala sobre sua motivação. “Estou achando muito legal esta experiência de estudar com o auxílio do chromebook, porque a gente pesquisa os conteúdos de forma mais curiosa e pode aprofundar nos assuntos através de vídeos e outros textos”, relata.

No Colégio Estadual Félix Mendonça, em Itabuna, o projeto tem despertado nos estudantes o interesse pelo desenvolvimento de aplicativos. Um deles, o App Hack Saúde, foi escolhido pela própria Google para ser apresentado, em São Paulo, nesta semana, no Google for Education no Inovar para Brasil, evento dirigido a líderes educacionais de todo o país. O app foi idealizado pela estudante Ana Carolina Souza Neris, 16 anos, do 2º ano do Ensino Médio e desenvolvido em sala de aula com alguns colegas e professores, para otimizar o atendimento nos postos de saúde, contendo informações sobre o perfil do usuário, como tipagem sanguínea, patologias e cartão de vacina virtual.

A estudantes Ana Caroline falou sobre o e-Nova e a repercussão alcançada pelo App. “O e-Nova mudou a minha relação com a tecnologia e é uma ferramenta que auxilia no meu estudo. Hoje não uso apenas a tecnologia para as redes sociais, mas também para obter conhecimento. Estou realizando um sonho, tendo reconhecimento de algo que foi plantado por mim e por minha equipe e isto é muito gratificante”, afirmou. Do ponto de vista estrutural, a SEC informa que as escolas estão tendo ampliação do acesso à internet em banda larga, por meio de fibra ótica ou via rádio, estando em curso a instalação de 320 pontos de satélite no interior e já consolidado o processo nas escolas da capital.

Escolas Culturais promovem o protagonismo estudantil

Para diversificar o os saberes nos currículos escolares, os projetos de arte, esporte e a cultura, dinamizam o ambiente escolar e promovem o protagonismo estudantil.  Um destes projetos é o Escolas Culturais, que também tem o papel de reconhecer e requalificar a escola como um espaço de circulação e produção da diversidade cultural do Território de Identidade onde está inserida, envolvendo atividades nas áreas de literatura, dança, música, audiovisual e literatura. O projeto está sendo implantado em 85 unidades da rede estadual, que estão sendo requalificadas, com a aquisição de novos equipamentos para projeção de audiovisual, apresentações artísticas e internet banda larga para o desenvolvimento de programas de rádio e ações de estímulo ao empreendedorismo. Cada escola onde o projeto é desenvolvido passa a contar com um coordenador cultural, numa parceria com a NEOJIBÁ. A partir da Educação Profissional, diversos cursos das áreas de produção cultural já estão sendo ofertados para fortalecer ainda mais o projeto. Nesta sexta-feira (31), o projeto foi lançado em Xique-Xique (a 660 km de Salvador), no Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães.

Já nos contextos escolares, os projetos estruturantes são realizados durante o ano. São eles: Festival Anual da Canção Estudantil (Face), Mostra de Artes Visuais Estudantis (AVE), Sarau do projeto Tempos de Arte Literária (TAL), Mostra das Aventuras Patrimoniais (EPA), Mostra de Vídeos Estudantis (Prove), Mostra de Dança Estudantil (Dance), Mostra de Canto Coral Estudantil (Encante) e Festival Estudantil de Teatro (Feste). Os projetos movimentam as escolas, promovem a integração com a comunidade local e acontecem nas fases escolares, territoriais e estadual, com a culminância realizada em Salvador, durante o Encontro Estudantil da Rede Estadual.

Além destes projetos, a leitura está sendo estimulada nas escolas por meio dosclubes de fortalecimento do letramento linguístico, matemático e científico. Eles foram propostos pela Secretaria durante a Jornada Pedagógica e já estão presentes em aproximadamente 600 escolas estaduais. Um exemplo é a Escola Berilo Villas Boas, em São José do Jacuípe, que criou o simpósio de leitura e o projeto Aluno Nota 10, que incentiva a prática de leitura. O Colégio Estadual Felipe Cassiano, em Várzea do Poço, também conta com um Clube de Leitura, onde os estudantes são incentivados na prática de interpretação textual.

Em Redação, os estudantes estão tendo o suporte do #Redijaê, que integra as ações do ENEM 100%. Com o #Redijaê, os estudantes recebem suporte para a escrita da redação, com análise e orientação de textos que é feita em parceria com universidades públicas e privadas. E por meio do ENEM 100% participam de aulões com especialistas que estão sendo realizadas presencialmente e podem acessar os conteúdos das aulas disponibilizados no portal da Educação (www.educacao.ba.gov.br). Como desdobramento, a SEC informa que a Bahia teve 398.490 estudantes inscritos para o ENEM 2018, sendo   o primeiro estado do Nordeste e terceiro no país em número de inscrições confirmadas. As provas serão realizadas nos dias 4 e 11 de novembro.

Para estimular o acesso dos estudantes à arte, cultura, inovação e à ciência, a Secretaria também está expandindo a interiorização dos Centros Juvenis de Ciência e Cultura (CJCC). Os CJCC oferecem uma metodologia inovadora, ampliam a jornada escolar e diversificam o currículo com a oferta de cursos e oficinas, que são realizadas no turno oposto aos quais os estudantes estão matriculados regularmente. A rede estadual já conta com unidades em Salvador, Itabuna, Vitória da Conquista, Senhor do Bonfim e Barreiras e está implantando mais quatro nas cidades de Feira de Santana, Jequié, Serrinha e Irecê.

Os CJCC ofertam mais de 75 oficinas, beneficiando mais de dois mil estudantes. Só em Salvador são 25 cursos e oficinas, como Robótica, Piloto Virtual, Ecociência, Biotec, Games, Garagem de APPs, Música e Jogos Teatrais. Uma das oficinas mais procuradas em todos os Centros é a de Robótica, que tem feito os estudantes se destacarem em algumas competições e desenvolverem conceitos matemáticos. Em 2018, os estudantes do CJCC de Salvador foram selecionados para participar da etapa regional do Torneio de Robótica First Lego League. Trata-se de um programa internacional de exploração científica, projetado para fazer com que crianças e jovens de 9 a 16 anos se entusiasmem com ciência e tecnologia e adquiram habilidades valiosas de trabalho e de vida. Estudante da oficina de Robótica, Ítalo Gabriel, 15 anos, que estuda no Colégio Estadual da Bahia (Central), fala sobre a atividade. “Sempre tive interesse por eletrônica e participar da oficina de Robótica é uma oportunidade de aprender muito sobre o assunto”, disse.

Reconhecimento

Esta proposta metodológica do CJCC está sendo reconhecida mundo afora. Uma das conquistas recentes foi a seleção, em 2018, do projeto “A Aprendizagem Criativa na Rede dos Centros Juvenis de Ciência e Cultura (CJCC) da Bahia”, para o “Desafio Aprendizagem Criativos Brasil 2018”, uma iniciativa da Fundação Lemann, em parceria com a MIT Media Lab, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos. A ação visa fomentar a implementação de soluções inovadoras que ajudem a tornar a Educação mais colaborativa e prazerosa, além de apoiar agentes no avanço de práticas de Aprendizagem Criativa.

Educação Científica em foco

O fazer ciência na escola tem despertado o interesse dos estudantes para o estudo das Exatas. Segundo a SEC, é cada vez maior o número de projetos submetidos à Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia, que premia as experiências com maior destaque e estimula a ciência em sala de aula. Em 2017 e 2018, a FECIBA contemplou 404 projetos, alcançando 808 estudantes de 382 escolas, em 78 municípios, apresentados em cinco categorias: Ciências Biológicas, Ciências Humanas, Divulgação Científica, Energia e Sustentabilidade e Ciências Exatas e Engenharia. Neste ano, a sétima edição da FECIBA integrou a programação do Virtual Educa, realizado em junho, e que marcou a entrega do Centro Estadual de Educação Profissional, Formação e Eventos Isaías Alves (ICEIA) totalmente reformado.

Livro digital – O livro ‘Bahia, Brasil: identidade, trabalho e inovação’ é outra ferramenta disponibilizada pela Secretaria da Educação do Estado, por meio do projeto Ciência na Escola, para apoiar e motivar os professores a desenvolverem uma pedagogia baseada na realidade dos Territórios de Identidade da Bahia, seguindo a ideia da sala de aula contextualizada no século XXI. O livro é utilizado dentro do projeto e-Nova Educação.  A publicação aborda diversas áreas do conhecimento, de forma ilustrativa e dinâmica, possibilitando que o estudante perceba a conexão existente entre sua vida e tudo o que ele aprende na escola.

Tecnologia do EMITEC leva Ensino Médio para área longínquas da Bahia

A tecnologia e a inovação também são aliadas dos estudantes que moram nas áreas remotas da Bahia, Estado que tem a maior população rural do Brasil, com cerca de 3 milhões de habitantes. Por meio do Ensino Médio com Intermediação Tecnológica (EMITEC), os alunos estudam em salas de aula instaladas em áreas longínquas, com conteúdo pedagógico especialmente preparado por professores da rede estadual de ensino e com a vantagem de estarem perto de casa. Aliando tecnologia e interatividade, o EMITec vence a dimensão geográfica da Bahia e supera a carência de docentes habilitados em diferentes componentes curriculares, em áreas afastadas dos grandes centros urbanos. Só em 2018, o EMITEC atende a 19.730 estudantes e está presente em 355 localidades de 135 municípios do interior da Bahia.

Ao longo dos últimos sete anos, graças ao EMITEC, 33.044 estudantes concluíram o Ensino Médio e obtiveram outras conquistas. É o caso de Dikson Ferreira dos Santos, morador do município de Araci, que concluiu o 3º ano do Ensino Médio em 2017. O estudante assistia às aulas do EMITEC no Instituto Educacional de Pedra Altas e vem acumulando medalhas em competições de Matemática. São quatro só na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBMEP). Ele falou que o fato de estudar perto de casa otimizou muito seu tempo. “O EMITEC é bem importante para estudantes de baixa renda que não têm condições de ir para outro lugar e os professores são bem qualificados. Estudar pelo EMITEC foi importante para mim porque não precisei mudar para uma cidade maior”, ressaltou.

Para assegurar o atendimento educacional especializado a estudantes da Educação Inclusiva, a Secretaria da Educação do Estado lançou, em 2018, o Serviço de Atendimento à Rede em Ambiências Hospitalares e Domiciliares (SARAHDO). Com o serviço, professores da rede estadual ministram aulas nos hospitais ou em casa, a estudantes gravemente enfermos e/ou impossibilitados de frequentar o colégio, assegurando-lhes escolaridade, atendimento educacional especializado e tratamento personalizado e humanizado tanto para os estudantes quanto para os familiares, no âmbito da educação inclusiva. O SARAHDO já está em funcionamento no Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador, onde estão sendo atendidos 85 alunos e mais cinco estudantes são atendidos em casa. Neste mês, mais 40 professores estão participando de formação para a ampliação do atendimento para outras unidades hospitalares da capital. Formações com o mesmo objetivo também já foram realizadas com professores de escolas estaduais das áreas do NTE de Feira de Santana (NTE 19) e de Itabuna (NTE 05).

Por meio destas ações estruturantes, a SEC explica que reorganizou o Sistema Estadual de Educação para resignificar as escolas para jovens e crianças baianos, sublinhando a pedagogia da inovação, com a busca de metodologias de ensino que contextualizam as aprendizagens para as vivências dos estudantes nos locais onde residem, bem como na inserção do padrão de funcionamento das escolas com as tecnologias que modificam a forma de aprender. Do mesmo modo, com a afinidade da escola com o mundo do trabalho e com o universo cultural dos estudantes.

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