Curitibana, que é a segunda brasileira a se sagrar campeã na organização, também explicou cautela na luta deste sábado: “Queria mostrar um pouco mais do meu jogo”
Pela primeira vez na história das artes marciais mistas, o Brasil tem dois cinturões em categorias femininas no UFC. Amanda Nunes é a atual detentora do título na divisão peso-galo e Cris Cyborg conquistou, neste sábado, o posto de número um na categoria peso-pena.
O feito ganhou um significado ainda mais especial para Cris, pelo fato de ela ser uma das precursoras do esporte (a brasileira está invicta há 12 anos).
– Desde que comecei a lutar eu não estava lutando só pra mim, estava lutando por todas as mulheres. Esse era o caminho: mostrar que as mulheres podem lutar como os homens, que elas podem ser técnicas como os homens, então esse sempre foi o meu objetivo. E uma das coisas foi abrir categoria pra mais mulheres e está acontecendo, por isso eu fico feliz de ser uma das pioneiras fazendo isso. Ser campeã do UFC é algo que me deixa muito feliz, porque treinei muito para isso. Agradeço todos os meus fãs, porque foram eles que fizeram isso, sou muito grata a eles e a Deus também pela oportunidade. Na verdade, a gente tem que dar 90% e treinar, porque os 10% restantes Deus faz pra você. As mulheres estão dominando o esporte e agora é mais uma cinta para o Brasil: eu e a Amanda. Agora vai ser difícil tirar esse cinturão de mim. – declarou em entrevista ao Combate.com após sair do octógono.
Acostumada a vencer seus duelos com atuações avassaladoras, a brasileira explicou a diferença de postura na noite deste sábado, quando dominou o combate, mas de forma mais focada e cautelosa.
– Eu já sabia que ela era uma atleta dura, ela era Top 10 da categoria dela, o peso-galo, é ex-campeã, então eu sabia que ela seria dura. Sabia que a Tonya seria uma adversária que me deixaria mostrar um pouco mais do meu jogo dentro do octógono. Antes era mais louca na luta, entrava lá, jogava 100 socos e acertava 50. Acho que agora, estando mais calma, consigo ver onde o golpe vai acertar, e por isso estou melhorando ainda mais.
A atleta curitibana confessou, no entanto, que não tinha uma estratégia específica para derrotar a rival no UFC 214.
– Eu treino tudo, estava sentindo a luta, mas na verdade eu não tinha um plano. Eu sabia que o jogo dela era tentar levar para o chão. Sou faixa-marrom no jiu-jítsu e, se acontecesse de ir para o chão, eu ia fazer um jogo de chão e poderia finalizar ou levantar. Na parte em pé, eu tentei minar o corpo dela nas partes que eu via que estavam abertas. Você sempre tem um plano e esquece tudo no primeiro soco, então é melhor você treinar tudo e estar preparada para qualquer situação.
Quanto ao seu futuro na divisão, Cyborg afirmou que quer defender o cinturão até o final do ano, e aprovou o nome de Holly Holm como possível adversária.
– A Holly Holm seria uma grande luta. Ela é da luta em pé, eu gosto da trocação, e acho que faríamos uma luta que os fãs iriam gostar. Fora isso, ela já lutou no peso-pena. Quem sabe ela pode ser a próxima adversária, vamos ver…
Confira os resultados do UFC 214:
CARD PRINCIPAL:
Jon Jones venceu Daniel Cormier por nocaute técnico aos 3m01s do R3
Tyron Woodley venceu Demian Maia por decisão unânime (50-45, 49-46 e 49-46)
Cris Cyborg venceu Tonya Evinger por nocaute técnico a 1m56s do R3
Robbie Lawler venceu Donald Cerrone por decisão unânime (triplo 29-28)
Volkan Oezdemir venceu Jimi Manuwa por nocaute aos 42s do R1
CARD PRELIMINAR:
Ricardo Lamas venceu Jason Knight por nocaute técnico aos 4m34s do R1
Aljamain Sterling venceu Renan Barão por decisão unânime (29-27, 29-28, 30-26)
Brian Ortega venceu Renato Moicano por finalização aos 2m59s do R3
Calvin Kattar venceu Andre Fili por decisão unânime (triplo 30-27)
Alexandra Albu venceu Kailin Curran por decisão unânime (triplo 29-28)
Jarred Brooks venceu Eric Shelton por decisão dividida (29-28, 28-29, 29-28)
Drew Dober venceu Josh Burkman por nocaute aos 3m04s do R1