Segundo o Ministério da Saúde, o consumo abusivo de álcool aumentou 42,9% entre o público feminino.
A associação de uma vida profissional e social mais ativa e estressante, com o consumo maior de bebidas alcoólicas está aumentando o número de casos de câncer de mama entre as brasileiras. O álcool, assim como o sedentarismo e o tabagismo, é um dos fatores de risco da doença que este ano deve atingir cerca de 66 mil mulheres em várias fases da vida.
Médica mastologista da Clínica de Assistência à Mulher (CAM), Daniela Almeida acrescenta ainda que, de acordo com o Ministério da Saúde, o consumo abusivo de álcool aumentou 42,9% entre o público feminino. “Mesmo em quantidades limitadas esse é um fator de risco para o desenvolvimento de vários tipos de tumores, incluindo o câncer de mama”, afirma Daniela.
No Brasil, grande parte da população acredita que existe um nível considerado seguro para o consumo de bebidas alcoólicas, o chamado beber socialmente e com moderação, ainda segundo a médica. “Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) não existe esse nível. Por isso, é preciso estar atento à relação entre dose-resposta para a bebida alcoólica, ou seja, quanto maior o consumo, maior o risco de câncer”.
Projeções divulgadas pela Sociedade Espanhola de Oncologia Médica (SEOM) mostram que dos 8,8 milhões de mortes anuais por câncer no mundo, aproximadamente 340.000 se devam ao álcool e que entre 3% e 3,5 % dos tumores em países desenvolvidos também estão relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas.
Um dos fatores que causam o aparecimento de tumores, o álcool dificulta a absorção de vitaminas e favorece a entrada de outras substâncias carcinogênicas nas células, a exemplo do fumo.
“Estudos científicos indicam que fumantes que consomem bebidas alcoólicas podem apresentar um risco ainda maior de desenvolver câncer. Isso porque são dois fatores potencializadores que podem agir em conjunto”, explica Daniela Almeida.
A mastologista ainda atenção para a importância de cuidar de todos os fatores que contribuem para o aparecimento do câncer de mama. “É preciso repensar o estilo de vida e os hábitos alimentares. Consumo de bebida alcoólica, tabagismo, obesidade e sobrepeso após a menopausa, sedentarismo e histórico familiar são fatores de risco e precisam ser observados com o mesmo grau de importância”.
Sintomas
A especialista salienta às mulheres de que é importante ter conhecimento sobre o próprio corpo. “Nódulos nas mamas e axilas são algumas das principais manifestações. Outros sintomas como a pele da mama avermelhada ou retraída e a saída de líquido anormal nos mamilos também são alertas para o câncer. Ter uma postura atenta em relação à saúde das mamas e fazer acompanhamento médico periódico são fundamentais para a detecção precoce do câncer da mama”, conclui.