Depressão, doenças cardiovasculares, TPM e radicais livres. Entenda como o cacau ajuda a combatê-los.
O cacau é o fruto da árvore do cacaueiro, originário da Amazônia. Ele é considerado um alimento funcional, pois além de desempenhar funções nutricionais, quando consumido de forma regular e moderada, traz benefícios à saúde. Um poderoso conjunto de substâncias, vitaminas e sais minerais presentes em sua composição garantem os benefícios do cacau, tais como favorecer o bom funcionamento das artérias e do coração e aliviar ansiedade e fadiga.
Benefícios do cacau
Conheça as substâncias que são responsáveis pelas propriedades benéficas do cacau para a saúde humana.
Feniletilamina
Age no organismo como um neurotransmissor. A feniletilamina estimula a produção de dopamina e serotonina, hormônios relacionados à sensação de prazer e bem-estar. Nosso corpo produz feniletilamina quando sentimos desejo por alguém ou nos apaixonamos, por isso, o cacau também é considerado um alimento afrodisíaco.
Teobromina
É um broncodilatador e vasodilatador, o que faz com que seja eficiente no tratamento de asma e de doenças cardiovasculares. Mas atenção: a teobromina é prejudicial para os animais. Portanto, não dê chocolate e outros alimentos que contêm cacau para o seu bichinho de estimação – veja quais alimentos os animais não devem comer.
Flavonoides
Os flavonoides são substâncias com capacidade antioxidante que ajudam a combater os radicais livres e o envelhecimento precoce. Os flavonoides também têm propriedades vasodilatadoras e contribuem para melhorar a circulação sanguínea e, consequentemente, favorecer o bom funcionamento das artérias e do coração, colaborando para prevenir doenças cardiovasculares.
Cafeína
Age como estimulante do sistema nervoso central, aumentando o estado de alerta. Ela garante que o cacau tenha entre seus benefícios a promoção do relaxamento da musculatura lisa e o estímulo ao músculo cardíaco.
Magnésio
A deficiência de magnésio no organismo de mulheres em fase reprodutiva pode levar ao desenvolvimento de sintomas de depressão: ansiedade, irritabilidade, insônia, fadiga e dores de cabeça. A FAO recomenda que mulheres a partir dos 10 anos consumam 220 mg/dia de magnésio. Este valor é reduzido para 190 mg/dia para mulheres a partir dos 65 anos (para homens adultos – de 19 a 65 anos – a recomendação é de 230 mg/dia). O cacau é uma ótima fonte de magnésio, pois 50 gramas de cacau contém aproximadamente 275 mg de magnésio. Isso explica a compulsão por chocolate que muitas mulheres sentem durante seu período fértil. No entanto, é essencial ressaltar que a concentração de cacau varia muito entre os diversos tipos de chocolate disponível no mercado. Por isso, é importante optar por chocolates com alto teor de cacau em lugar dos chocolates ao leite.
E de onde vem o cacau que comemos?
Segundo a Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira – CEPLAC, o Brasil é o sexto maior produtor de cacau do mundo, perdendo para Costa do Marfim, Indonésia, Gana, Nigéria e República dos Camarões, respectivamente.
De acordo com a ADVFN Brasil (Advanced Financial Network), 95% do cacau brasileiro é produzido no estado da Bahia; 3,5% no Espírito Santo; e 1,5% na Amazônia. O Brasil exporta 90% de todo o cacau produzido no país. Isso ocorre porque o cacau brasileiro é visto internacionalmente como um produto de alta qualidade. Assim, apenas 10% do cacau permanece para abastecer o mercado interno. EUA, Holanda e Alemanha são os principais destinos do cacau brasileiro.
Não é recomendável consumir alimentos à base de cacau e ricos em cálcio na mesma refeição. O cacau contém uma substância chamada ácido oxálico, que tende a se ligar ao cálcio. Com isso, o ácido oxálico “rouba” o cálcio do alimento, o que compromete a absorção de cálcio pelo organismo.
Portanto, é interessante estar atento ao consumo de chocolate ao leite e também às populares bebidas achocolatadas (que além disso contém uma enorme quantidade de açúcar). Além disso, o cacau é um alimento bastante calórico, pois contém alto teor de gordura saturada. Portanto, para usufruir dos benefícios do cacau, não é recomendável consumi-lo em excesso.
Chocolate
O chocolate é a forma mais popular de consumo do cacau. Porém, o consumidor precisa estar consciente de que há uma ampla variedade de chocolates disponíveis no mercado, e de que o teor de cacau varia significantemente de um produto para outro.
De acordo com uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o chocolate deve, obrigatoriamente, apresentar o mínimo de 25% de cacau. No entanto, há muitos fabricantes que não informam dados referentes à concentração de cacau nas embalagens de seus produtos.
De acordo com pesquisa elaborada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), apenas uma entre as onze marcas de chocolate ao leite analisadas apresentou o percentual de cacau estampado no rótulo. Quanto ao chocolate meio amargo, três de oito marcas analisadas apresentaram a informação referente ao teor de cacau na embalagem.
Os chocolates amargos são os que fornecem mais informação sobre o percentual de cacau no produto. Dentre as onze marcas pesquisadas, nove informavam o dado na embalagem. Portanto, é fundamental que o consumidor esteja atento às informações contidas na embalagem no momento da aquisição do produto.
Apesar do chocolate ser a mais popular, existem outras formas de consumir cacau, como em pó, mel e até geleia de cacau.
Impactos socioambientais da produção do cacau
Apesar de proporcionar a fabricação de alimentos deliciosos, a produção de cacau também tem seus pontos negativos. A maior parte da produção mundial de cacau se dá em pequenas propriedades e em regiões tropicais caracterizadas por apresentarem alta biodiversidade. Um dos problemas é a aplicação de pesticidas para evitar pragas e a derrubada da vegetação nativa. Os graus de impacto ambiental variam de acordo com o modelo de produção.
Além dos impactos ambientais, deve-se dar atenção aos impactos sociais da produção de cacau, como as condições de trabalho na lavoura cacueira e o combate à mão de obra infantil e escrava.
Optar por chocolates orgânicos e de pequenos produtores é uma forma de consumir um produto de alta qualidade, que atende valores socioambientais e que, por ser livre de agrotóxicos, evita danos ao seu organismo e não degrada o meio ambiente. Fonte: Ecycle