O técnico Tite não hesitou em admitir que o resultado de 7 a 1 na Copa de 2014 continua sendo um “fantasma” e que a partida amistosa desta terça-feira, 27, entre Alemanha e Brasil, às 15h45, no estádio Olímpico, em Berlim, é, em seus quase dois anos no comando da Seleção, o jogo mais importante até hoje em termos psicológicos.
“Ele tem um componente de maturidade importante”, disse o treinador, nesta segunda, 26. “É importante fazer esse enfrentamento antes da Copa. Carregamos esse fantasminha todos os dias. Ele está todos os dias aqui. Por isso, aqui em Berlim, queremos passar mais uma etapa”, afirmou.
“Esse é o principal teste emocional e psicológico que já tivemos. Por tudo o que ele representa. Pelo resultado da semifinal de 2014, por ser pela última campeã, traz um componente emocional”, disse, lembrando que está na Alemanha.
“Mentalmente, é muito importante”, comentou, apontando até para um ‘constrangimento’ em tratar do assunto do 7 a 1 na coletiva de imprensa. “Mas ele é real”.
O treinador admite que sua perna “continua tremendo”, frase que o marcou na primeira coletiva ao assumir a seleção em 2016. “Mas mesmo tremendo eu dou passos para frente”.
Sem críticas a Felipão
Tanto Tite como Daniel Alves, que assume a braçadeira de capitão no jogo, se recusavam a fazer qualquer tipo de críticas aos resultados da Copa do Mundo de 2014 e ao trabalho do time do então técnico da equipe, Luiz Felipe Scolari.
“São etapas”, disse o treinador, pedindo “ética”. “Cada um tem sua história. Aquele time de 2014 foi campeão em 2013 na Copa das Confederações. É injusto falar da Copa e não falar de 3 a 0 na final contra a Espanha”, apontou.
Um dos poucos remanescentes do grupo da Seleção Brasileira, o lateral direito Daniel Alves insistiu em sua entrevista que o momento é de “olhar para o presente”.
“Esse é um clássico mundial e sempre tem uma certa dificuldade”, disse o jogador do PSG. “Quando você não pode mudar o passado, temos de nos concentrar em mudar o presente e é isso que viemos fazer aqui”, afirmou o baiano de Juazeiro.
Daniel Alves não entrou em campo na derrota por 7 a 1 em 2014 e lamentou não poder ter ajudado o time. “Mas agora são desafios novos e totalmente diferentes. Dificuldade existirá para ambos e esperamos estar à altura”, disse. “Vai ser um grande teste”, insistiu.
O lateral acredita que houve uma “evolução” da Seleção Brasileira desde 2014. “Ela é nítida desde que o professor assumiu”, afirmou.
Seis substitutos
A Alemanha vai a campo contra o Brasil com até seis substituições em comparação ao jogo contra a Espanha, na semana passada, e escalará até mesmo um goleiro diferente em cada um dos tempos da partida.
O treinador Joaquim Löw deixou claro que vai usar a partida para realizar testes. Mas alertou que o Brasil hoje não é o mesmo de 2014.
“Em três anos, o Brasil se desenvolveu e voltou aos pontos fortes deles. São mais robustos no meio de campo”, disse Löw.
“Será uma partida importante para avaliar em que posição estamos e o que precisamos mudar para a Copa”, completou, lamentando a ausência de Neymar, que se recupera de uma cirurgia no pé direito.