A medida em discussão pelos deputados espera deportar Bolsonaro para que ele seja responsabilizado pelos ataques aos Três Poderes no domingo (8). Confira mais detalhes
Deputados estadunidenses estão planejando fazer um pedido de deportação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde o final do ano passado, faltando dois dias para o fim do mandato, o ex-chefe do executivo deixou o Brasil em direção a Flórida, nos EUA, onde deve passar uma temporada com a família.
A medida em discussão pelos deputados espera deportar Bolsonaro para que ele seja responsabilizado pelos ataques aos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8). O democrata Raúl Grijalva disse à Folha de SP que a maioria do partido apoia a ideia de deportar o líder de extrema-direita no Brasil para que ele possa ser investigado por incentivar os ataques às instituições democráticas.
“Os brasileiros e a democracia do país têm o direito de julgar a responsabilidade de Bolsonaro”, disse Grijalva à Folha. Segundo Grijalva, para deportar Bolsonaro basta uma decisão da Casa Branca e do Departamento de Segurança Interna, que, segundo os democratas, decide deportar inúmeras pessoas todos os dias.
O processo de extradição de Bolsonaro é mais complexo e envolve alguns critérios
O advogado estadunidense, Jack Semelman, especialista em extradição nos EUA, disse à BBC News Brasil que esse procedimento teria que passar pelo sistema judicial dos EUA. Em outras palavras, esta não é uma decisão exclusiva do governo Biden. Segundo ele, para iniciar esse processo alguns requisitos devem ser cumpridos, entre eles a existência de um processo criminal contra Bolsonaro no Brasil, algo que ainda não existe.
“Essas acusações criminais devem ser baseadas em causa provável, o que significa basicamente provas suficientes para apoiar uma crença razoável de que o acusado cometeu o crime ou crimes pelos quais foi processado”, explica Semmelman.
Com base na existência de um processo criminal, o governo brasileiro deve solicitar a extradição ao governo dos EUA. A partir de então, a justiça americana vai analisar o caso e dar espaço a Bolsonaro para se defender do pedido de extradição.