Peso-palha, que nocauteou Karolina Kowalkiewicz ainda no primeiro round no UFC 228, garante que estaria pronta para enfrentar a campeã Rose Namajunas no dia 29 de dezembro, no UFC 232.
A performance de Jéssica “Bate-Estaca” Andrade neste último sábado chamou a atenção. Mais uma vez. A peso-palha (até 52kg) nocauteou Karolina Kowalkiewicz em menos de dois minutos no UFC 228, em Dallas, e se colocou em posição de pedir por uma nova disputa de cinturão, desafiando a campeã Rose Namajunas. Na coletiva, a lutadora de 26 anos disse que esperava pelo nocaute, mas não que fosse ser tão rápido.
– Treinei muito muay thai durante três meses para essa luta, todos os dias tinha uma aula particular de muay thai, e vim acreditando que ia nocautear, mas não imaginava que nocautearia tão rápido no primeiro round. Mas vim muito confiante, sabia de toda a minha força, sabia tudo que podia fazer lá dentro, conhecia todas as técnicas da Karolina, e deu tudo certo. Consegui nocautear e foi essa vitória arrasadora, e não tenho dúvidas de que posso ser a próxima a disputar o cinturão.
Jéssica já havia dito antes da luta que tentaria mostrar sua evolução na trocação, fugindo do jogo de quedas que faz tão bem. Diante de uma adversária do muay thai, ela mostrou que pode fazer frente às rivais de qualquer jeito.
– Estava esperando o tempo certo para achar o golpe perfeito para conseguir esse nocaute. Senti que no começo da luta consegui fazer ela ficar mais tonta, ela meio que bambeou, e aí fui achando o momento certo para colocar bons golpes e também mostrar que evoluí a minha parte de muay thai. Inclusive, saí sem nenhum machucado e consegui mostrar para todo mundo essa evolução que tive.
Sobre a possível próxima rival, a campeã Rose Namajunas, Bate-Estaca fez questão de apontar sua evolução desde que a americana perdeu pela última vez, justamente contra Kowalkiewicz, em 2016. Porém, ela acredita que suas últimas apresentações a credenciam a ser campeã peso-palha do UFC.
– A Rose é uma atleta muito versátil, ela trabalha muito bem a trocação, evoluiu muito desde que lutou com a Karolina. Mas acredito que tenho grandes chances de vencer e ser a campeã, tanto na trocação quanto na parte de chão. Melhorei muito, e depois do nocaute desta noite me deixou um passo mais próxima de poder disputar esse cinturão, e mostrar para as pessoas que posso ser uma grande trocadora e uma “jiujiteira”. Vou dar muito trabalho para essas meninas na categoria.
Logo depois da vitória, ainda no octógono, Jéssica Bate-Estaca pediu a luta pelo título com data e local. Ela garantiu que estaria pronta para disputar o cinturão no dia 29 de dezembro, no UFC 232, em Las Vegas. O card será encabeçado por Amanda Nunes e Cris Cyborg, que defenderá o cinturão peso-pena contra a baiana.
– Para ter um tempo de treino, dia 29 de dezembro seria uma data maravilhosa. Inclusive, já têm duas brasileiras lutando, e acho que isso chama bastante a atenção do UFC. E me colocaria num lugar muito legal para a visão dos brasileiros, para a visão no UFC, seria muito bom! Estaria bem pronta para o dia 29 de dezembro, quem não quer lutar no último UFC do ano? Pedi essa luta, e vamos ver o que o Dana e o UFC têm planejado para mim. Mas que aconteça essa luta, só quero que aconteça.
A lutadora nascida em Umuarama-PR ainda destacou que o momento hoje é bem diferente daquele em que disputou pela primeira vez o título da categoria, quando acabou derrotada por decisão unânime pela hoje ex-campeã Joanna Jedrzejczyk, em maio de 2017.
– Acredito que na minha luta pelo cinturão eu não estava tão focada, não estava tão bem, vim de lesão grave duas semanas antes da luta, não conseguia fazer força, não conseguia travar, não conseguia jogar para o chão. Isso meu deixou um pouco sem confiança para fazer a minha luta, e precisava colocar a luta para baixo. Acabei dando espaço demais para a Joanna, e hoje não existe mais isso. Tenho uma ótima fisioterapia lá no Vasco, que cuida de mim, que me deixa pronta para as minhas lutas. Agora, sem lesão nenhuma, não tem como não trazer as vitórias para o Brasil. Sou uma lutadora bem mais focada, bem mais forte, e bem mais preparada para qualquer adversária – afirmou Jéssica, que depois de perder a chance pelo título emendou vitórias contra Cláudia Gadelha, Tecia Torres e agora Karolina Kowalkiewicz.
Para coroar a noite em Dallas, Bate-Estaca ainda ganhou um bônus de US$ 50 mil pela performance no octógono, ou seja, cerca de R$ 203 mil extras. Ela destacou a importância de sua equipe e seu treinador para seu sucesso.
– Fiquei sabendo na caminhada para cá (para a sala de imprensa). Estou muito feliz, isso é a conquista de um bom trabalho com minha equipe, a PRVT, com meu mestre Paraná, e sem eles isso não aconteceria. Se hoje posso dar esse show e conseguir os bônus é graças à minha equipe e a todo esse trabalho, E vamos buscar muito mais ainda!