Com um novo uniforme rubro que poderia lembrar o da seleção chilena. Quem sabe até o da Espanha ou do Sevilla. E com o brilho dos únicos dois jogadores do elenco que não têm o português como língua-mãe.
Foi desta maneira peculiar que o Bahia derrotou neste domingo, 5, a Ponte Preta, por 2 a 0, na Fonte Nova, e abriu sete pontos de distância para a zona de rebaixamento – a maior vantagem desde o início do campeonato. Os gols foram do colombiano Mendoza, com passe do argentino Allione, e de Edigar Junio, assitido por Mendoza.
Agora em 10º, na metade de cima da classificação, o Esquadrão volta a campo já mirando objetivos maiores na quarta-feira, quando visita o Avaí às 18h30 (da Bahia).
Início sem emoção
Apesar do triunfo, o Bahia nem de longe fez uma de suas melhores atuações. O início da partida trouxe pouca ou nenhuma emoção. A Ponte, como era de se esperar, apostava numa tática mais defensiva, no aguardo de uma oportunidade para contra-atacar. E o Tricolor não conseguia desenvolver seu toque de bola.
Com um volante a menos e quatro atletas na linha mais ofensiva do meio-campo, o Bahia tinha dificuldade na saída de jogo, apesar de dominar a posse de bola. Nenhuma das equipes havia acertado uma finalização no alvo até os 26 minutos, quando, na chance inaugural de perigo do embate, o Esquadrão abriu o placar.
Com tantos armadores em campo, era boa a possibilidade de sair um passe diferenciado. E ele veio dos pés do argentino Allione, que deixou Mendoza na cara do gol. O colombiano tocou na saída de Aranha para se isolar como artilheiro do Bahia no Brasileiro, com sete gols. Logo na sequência, aos 28, Zé Rafael encontrou Edigar Junio no meio da área, mas ele se afobou e bateu para fora.
Parecia que o Tricolor assumiria de vez o domínio da partida, porém, ao invés disso, a Ponte começou a se assanhar. Passou a trocar mais passes – tanto que terminou o tempo inicial com 51% de posse de bola, enquanto na primeira metade da etapa tinha menos de 40% – e chegou perto do gol nos minutos finais. Aos 45, Maranhão cobrou escanteio, Jean saiu mal, mas Yago não aproveitou a sobra. E, já nos acréscimos, veio a grande chance: Nino arrancou pela direita e cruzou para Claudinho, que errou a conclusão de primeira.
Para tentar sofrer menos, Carpegiani desmontou o esquema mais ousado ao trocar o meia Vinicius pelo volante Juninho ainda no intervalo. Funcionou, pois o Bahia ficou mais plantado e começou a assustar nos contra-ataques. Aos quatro minutos, Mendoza arrancou em velocidade e lançou para Zé Rafael, mas ele concluiu mal a jogada e a bola saiu em escanteio. Na cobrança, a sobra ficou com Tiago, que parou em Aranha.
Com 13 minutos de bola rolando no segundo tempo, a Macaca já havia queimado suas três alterações, entretanto, a equipe não demonstrava evolução. Já o Bahia seguia criando. Aos 19, Edigar Junio roubou bola na área ofensiva, mas não foi feliz na hora do passe para Mendoza. Três minutos depois, Juninho Capixaba deixou Zé Rafael em boa condição, porém, ele chutou em cima do goleiro.
O Tricolor colecionava erros e teimava em não matar o jogo, o que ocorreu só aos 48 minutos, quando Zé Rafael lançou, Mendoza ajeitou de cabeça e Edigar fuzilou para igualar o colombiano na artilharia da equipe. E para fazer quem briga contra o rebaixamento comer poeira.