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Atraso de vôo acarreta indenizações por danos materiais e morais a passageiros

Publicado por: Guerra Advocacia

Por unanimidade, a 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS) confirmou decisão para determinar à Aerolíneas Argentinas S.A indenizar um casal em razão do atraso de vôo da companhia, contratado para o percurso Porto Alegre/Madri. Segundo o inciso II do art. 256, da Lei nº 7.565/86o transportador responde pelo dano decorrente de atraso do transporte aéreo contratado.

A companhia aérea foi condenada ao pagamento de R$ 1,8 mil por despesas comprovadas pelos consumidores. Os magistrados arbitraram, ainda, o dano moral em R$ 2,5 mil a cada um dos autores da ação. Os valores terão correção monetária e juros legais.

Conforme os demandantes, a aeronave da empresa fez conexão em Buenos Aires e decolou quatro horas após o horário previsto. O fato impediu que chegassem a tempo à capital da Espanha para embarcar em outro vôo da Iberia. Eles já tinham passagens compradas da companhia espanhola, que os levaria ao destino final, Paris.

Apelação

A Aerolíneas apelou da sentença, que determinou o ressarcimento das despesas de R$ 1,8 mil, comprovadas pelos consumidores com a aquisição de novas passagens para Paris, além de gastos com hospedagem, refeições e locomoção correspondentes a uma noite em Madri. A empresa também recorreu do pagamento de R$ 5 mil, a título de dano moral, a cada um.

O relator do recurso, Desembargador Orlando Heemann Júnior, destacou que a matéria é de competência da Justiça Estadual e não da esfera federal, como afirmado pela recorrente. São questões de direito privado, sem que qualquer das partes detenha personalidade jurídica de direito público.

A alegação da Aerolíneas de que houve atraso do vôo em razão de greve dos pilotos também não foi comprovada. Dever de indenizar que se impõe, ante o deficiente cumprimento do contrato, ressaltou.

Na avaliação do magistrado, a reparação por dano moral também é devida. Em face do evidente transtorno decorrente do atraso na decolagem, impedindo o embarque dos autores conforme programação e os obrigando a solucionarem o impasse em país distante. Reduziu pela metade o valor, considerando que o atraso não foi demasiado e que os demandantes estavam à passeio e não perderam qualquer compromisso da viagem. Ademais, a estada em Madri, embora não programada, não pode ser considerada penosa, frisou.

Votaram de acordo com o relator os Desembargadores Dálvio Leite Dias Teixeira e Jorge Luiz Lopes do Canto.

Fonte: TJ/RS https://www.tjrs.jus.br/novo/noticia/noticia-legado-17098/

Decisão: 23/07/2007 – 18:33

SIEL GUINCHOS

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