A produtividade média deve alcançar 300 arrobas por hectare, e o volume produzido deve ser até 15% maior que em 2018
Colheitadeiras à postos para percorrer mais de 333 mil hectares, e algodoeiras preparadas para começar a processar mais de 1,4 milhão de toneladas de algodão. É com esta estrutura que os agricultores da Bahia devem colher a segunda maior safra de algodão da história da região oeste do estado.
Os capulhos, como são chamadas as cápsulas que envolvem a flor do algodão, devem atingir o ponto ideal de colheita em menos de vinte dias.
Este ano a produtividade média deve alcançar 300 arrobas por hectare, e o volume produzido deve ser até 15% maior do que o obtido no ano passado. Segundo a Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa), este é um excelente resultado para o setor que chegou a enfrentar um período de estiagem inesperada no meio da safra
“As condições climáticas não foram muito favoráveis, mas, mesmo assim, o uso da tecnologia aplicada nas lavouras pelos produtores nos dará com certeza uma excelente produtividade”, afirma Júlio Busato, presidente da Abapa.
A única preocupação dos agricultores agora é com os preços do mercado internacional. A produção é comercializada com base na cotação da Bolsa de Chicago, que está em forte tendência de baixa.
“Estamos enfrentando um ciclo de problemas, devido à queda nos preços do algodão, principalmente em função da guerra comerical entre China e Estados Unidos.Tem ainda o problema de logistica que nós enfrentamos no Brasil, ou seja, de embarque, de porto, e do tabelamento do frete”, pontua Busato.
A Bahia é responsável por 25% da produção nacional de algodão. A maior parte da produção, cerca de 60%, é destinada para as indústrias têxteis brasileiras. A outra parte, aproximadamente 40%, vai para países asiáticos, principalmente Indonésia, Bangladesh, Vietnã e China. Os outros 40%.
Nova variedade
A produção do algodão brasileiro conta com um dos sistemas mais modernos do mundo. Nos últimos anos os cotonicultores investiram em tecnologia, insumos e máquinas para aumentar a produtividade, ocupando áreas menores e gastando menos recursos. Os pivós de irrigação, por exemplo, usam cada vez mais sistemas inteligentes de acionamento, com sensores que permitem verificar a necessidade de irrigação a depender da umidade do ar.
O investimento também tem sido alto em novas variedades de algodão. Elas são mais resistentes a pragas e exigem menos uso de defensivos químicos. Não por acaso, uma nova variedade de algodão será lançada semana que vem durante a Bahia Farm Show, maior feira de tecnologia agrícola do norte e nordeste, em Luis Eduardo Magalhães.
A nova variedade, desenvolvida pela BASF, é a semente de algodão FiberMax 985 GLTP. Segundo a empresa, o produto foi lançado nos Estados Unidos em 2016, e tem tecnologia inédita na América Latina.
Entre outras vantagens, além de apresentar alto potencial produtivo, a nova variedade tem dupla tolerância a herbicidas, e tripla resistência a lagartas. A facilidade no manejo de plantas daninhas e lagartas seria resultado da associação das tecnologias GlyTol LibertyLink (GL) e TwinLink Plus (TP).
“Este lançamento permite que o agricultor utilize o que há de mais moderno na sua lavoura para produzir mais e melhor, e de forma eficiente tenha uma produção de algodão mais rentável, contribuindo assim para a longevidade do seu negócio”, explica Warley Palota, gerente sênior de Algodão da BASF.
Ainda segundo o fabricante, a tecnologia oferece proteção contra diversos tipo de pragas, como a Lagarta-das-maçãs, o curuquerê-do-algodoeiro, a falsa-medideira, a lagarta rosada e a Helicoverpa, que já provocou grandes danos nas lavouras brasileiras nos últimos anos.