A montagem da chapa, feita de maneira “conjunta”, tem gerado tensão dentro do PP

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O movimento nacional que resultou na criação da federação União Progressista — formada pelo PP e o União Brasil — deve enfrentar obstáculos quanto à definição de sua liderança na Bahia. Com maior representatividade no estado, o União Brasil tende a indicar o presidente da federação. No entanto, a formação da chapa proporcional para as eleições de 2026 pode reacender disputas internas.
A montagem da chapa, feita de maneira “conjunta”, tem gerado tensão dentro do PP. Setores da legenda que pretendem continuar no partido articulam um movimento descrito como um “Cavalo de Troia”, com o objetivo de incluir na chapa nomes alinhados ao governo estadual. De acordo com informações do Bahia Notícias, mesmo diante de uma possível debandada de quadros em função da federação, o PP pode lançar candidatos ligados ao governo petista na Bahia, apostando no apoio de eleitores do União Brasil para alcançar sucesso nas urnas.
Adversários políticos no estado, PP e União Brasil travaram uma queda de braço durante a negociação da federação. Enquanto o União Brasil, principal força de oposição ao PT na Bahia, deve lançar a candidatura do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, ao governo em 2026, o PP mantém uma bancada estadual alinhada à base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). O presidente estadual do PP, deputado federal Mário Negromonte Júnior, foi uma das principais vozes contrárias à federação.
Essa resistência se relaciona diretamente à disputa por cadeiras na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). Com o discurso de renovação dos quadros, o PP tenta impedir a entrada de deputados com mandato, abrindo espaço para novos nomes com vínculos com o atual grupo petista. Ainda conforme o Bahia Notícias, a estratégia, segundo integrantes do partido, seria lançar “quadros governistas, usando votos da oposição”.
Nesta semana, durante entrevista à rádio Antena 1 Salvador, Mário Negromonte Júnior comentou o processo que levou à consolidação da União Progressista. O parlamentar baiano classificou as negociações como difíceis e atribuiu parte das divergências à diferença de posicionamentos entre as esferas nacional e estadual. Segundo ele, a maioria dos filiados baianos era contrária à federação.
“Foi um processo que durou quase dois anos, durante esse processo, foi muito difícil na formação para prefeitos. Onde tinha especulação, e a federação vai ser mais vinculada à oposição da Bahia, então esse foi um processo difícil e mesmo assim com essa dificuldade a gente entregou”, afirmou Mário Negromonte Júnior.
“Quarenta e um prefeitos, 37 vice-prefeitos e 414 vereadores. Vencemos essa etapa e agora estamos em uma segunda etapa, a federação mais azeitada, quase uma realidade, e agora enfrentando o novo desafio de fazermos deputados federais e estaduais e como o partido vai estar nas próximas eleições para governador federal e estadual”, completou o dirigente.