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DNIT assume hoje rodovias federais da Bahia e permite gratuidade em pedágios

A expectativa é que antes dos festejos,  o DNIT conserte os buracos, melhorando a sinalização e refazendo o acostamento de diversos trechos

Foto: Divulgação/Reprodução

A partir de hoje (15), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) assume oficialmente a administração dos trechos antes operados pela ViaBahia, prometendo iniciar intervenções emergenciais, como tapa-buracos, nova sinalização e apoio operacional com guinchos e ambulâncias.

Com o fim do contrato de concessão, os pedágios nas praças de Amélia Rodrigues, Simões Filho, Santo Estevão, Manoel Vitorino e Milagres deixam de ser cobrados. A gratuidade é válida até que o Governo Federal conclua os estudos para uma nova concessão.

Conforme noticiado por esta Tribuna, em reportagem que foi manchete da edição de ontem, a suspensão dos pedágios e o início de sete contratos de manutenção — dois na BR-324 e cinco na BR-116 — alimentam nos motoristas a esperança de que, mesmo com medidas paliativas, a situação das rodovias melhore antes das festas juninas. O período deve multiplicar o tráfego de veículos rumo ao interior, conforme afirma a Polícia Rodoviária Federal.

A expectativa é que antes dos festejos,  o DNIT conserte os buracos, melhorando a sinalização e refazendo o acostamento de diversos trechos.

Com a repercussão da reportagem, o deputado estadual Eduardo Salles, que vem acompanhando de perto o processo, voltou a cobrar soluções estruturais e criticou o modelo anterior: “O contrato com a ViaBahia foi um erro que custou caro à Bahia. Agora é hora de virar a página com responsabilidade. Que o DNIT faça sua parte e, no novo leilão, tenhamos um modelo que funcione de verdade”.

A expectativa é de que o novo edital de concessão, batizado de “Rota 2 de Julho”, seja leiloado em dezembro, com previsão de R$ 24 bilhões em investimentos e mais de 350 km de duplicações. Até lá, a esperança é que o São João não repita tragédias de anos anteriores.

Salles comemorou a saída da Via Bahia e afirmou que a medida representa uma conquista para os baianos. “Essa empresa deu um golpe nos baianos. Além do prejuízo econômico, causou prejuízos em vidas por não cumprir o que estava previsto em contrato. Foram 15 anos de descaso com a Bahia”, criticou. Ele também destacou que a empresa “nunca fez uma vírgula sequer do que prometeu” e que os baianos “pagaram por um serviço que nunca foi entregue”.

Para o parlamentar, o problema não está apenas na atuação da concessionária, mas também na omissão do poder público. “A ANTT e o Ministério dos Transportes falharam desde o início. O contrato foi mal feito, mal fiscalizado, e a Via Bahia se aproveitou disso para acumular vitórias judiciais e se manter mesmo sem cumprir nada”, disse.

Embora a gestão das vias passe agora para o DNIT, Eduardo Salles cobra que o próximo processo de concessão seja feito com responsabilidade. “Não vamos aceitar um projeto apressado e mal debatido. A concessão vale por 30 anos e precisa considerar o crescimento do estado. Não podemos cair de novo no colo de uma nova Via Bahia”, alertou.

Sobre a decisão do governo federal de pagar R$ 892 milhões à Via Bahia como compensação pela rescisão contratual, o deputado foi enfático: “É um absurdo. A empresa não cumpriu uma vírgula sequer do contrato e agora sai com um bônus milionário. Esse valor precisa ser questionado judicialmente. Os baianos não podem pagar essa conta”, disse.

Embora o fim do contrato com a ViaBahia represente uma resposta a anos de denúncias sobre o descaso da concessionária, a ausência de um plano emergencial efetivo preocupa motoristas, autoridades e especialistas, que compartilham a sensação de abandono.

 

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