Esse é o terceiro voo com deportados a chegar ao País após a posse de Donald Trump

O voo com os repatriados brasileiros chegou em Fortaleza por volta das 10h50 desta sexta-feira. De lá, seguiu um voo da FAB até o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins – Fotos: Raul Lansky/MDHC

O terceiro voo com brasileiros deportados esse ano dos Estados Unidos (EUA) chegou ao Brasil, dessa vez com 94 repatriados, dos quais, dois foram presos por agentes da Polícia Federal (PF) logo no desembarque no Aeroporto Internacional de Fortaleza. Antes do avião seguir para Belo Horizonte, a PF cumpriu um mandado de prisão da Polícia Internacional (Interpol) contra um deportado, acusado de roubo, e contra outro por aliciamento de imigrantes.

No avião estavam nove crianças e dois idosos conforme o portal  G1. “Foram muito maus com a gente. A gente veio algemado, sem comida e sem água. Não deixaram a gente ir ao banheiro”, contou ao portal o repatriado Ryan da Silva, de Belo Horizonte. Ele entrou ilegalmente nos Estados Unidos em 2020.

O rapaz ficou preso cinco meses antes de embarcar de volta para o Brasil. “Não pretendo voltar. Meu sonho foi chegar no Brasil. Vida nova”, completou.

Acompanhamento federal foi mantido aos deportados dos EUA que chegaram no 3º voo

Conforme vem divulgando o Ministério das Relações Exteriores, essas viagens trazendo brasileiros repatriados foram negociadas entre o governo do Brasil e dos Estados Unidos, em acordo firmado desde 2017, quando os voos com deportados passaram a ser frequentes.

Entretanto, o episódio do dia 24 de janeiro, quando os repatriados foram algemados e acorrentados durante o voo dos Estados Unidos, e desceram no Brasil dessa forma, o governo federal intensificou o acompanhamento do processo para garantir um atendimento humanizado. Uma equipe com integrantes de diferentes ministérios e órgãos federais tem monitorado o processo de embarque e recepcionado os nacionais na chegada.

Nesta sexta, estiveram no aeroporto representantes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC),  Ministério da Saúde (MS) e Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), além do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), do Ministério da Defesa (MD) e da Polícia Federal.

Foi oferecida água, alimentação, pontos de energia, internet e banheiro. “O local conta, ainda, com uma equipe multidisciplinar composta por assistentes sociais e psicólogos, além de oferecer suporte para encaminhamento de serviços de documentação e regularização migratória”, divulgou o MDHC.

Em Belo Horizonte, como nas vezes anteriores, foram disponibilizados canais para que os repatriados entrassem em contato com familiares e orientações sobre serviços públicos de saúde, assistência social e trabalho, como regularização vacinal e matrícula na rede de ensino. Dos 94 que foram repatriados dessa vez, 81 seguiram para Minas Gerais.

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