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Trump usa favoritismo para ficar de fora de debates do partido Republicano

Ex-presidente considera que tem desempenho melhor do que os outros pré-candidatos e avalia participações como desnecessárias

Trump faz campanha em New Hampshire11/11/2023 REUTERS/Brian Snyder

Republicanos que buscam a nomeação do partido para concorrer à presidência em novembro vêm se enfrentando nos palcos desde agosto do ano passado. Os debates só não contaram com a presença do favorito entre os seis pré-candidatos: Donald Trump. Exatamente por liderar as pesquisas de intenção de voto,o ex-presidente considera desnecessário participar, e prefere investir o tempo em seus próprios eventos de campanha.

No horário do primeiro debate, em agosto de 2023, o ex-presidente divulgou uma entrevista gravada com o ex-apresentador da FoxNews, Tucker Carlson. Nas outras datas, fez eventos de campanha no mesmo horário em que os debates aconteciam.

E, de fato, Trump aparece muito à frente dos demais pré-candidatos nas pesquisas. Um levantamento feito pela Reuters/Ipsos em dezembro mostra Trump com 61% das intenções de voto entre os republicanos, enquanto o governador da Flórida, Ron DeSantis, e a ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, aparecem empatados em segundo lugar com apenas 11% das intenções de voto cada.

Trump chegou a usar a enorme vantagem nas pesquisas para pressionar o Comitê Republicano a cancelar futuros debates. Em uma conferência do partido na Flórida em novembro, Trump chegou a dizer que “já é hora de parar de gastar tempo e dinheiro impulsionando republicanos fracos”.

Apesar de ser uma estratégia própria, a ausência do ex-presidente representaria uma chance para que o público conheça melhor outros pré-candidatos. Mas, até agora, nenhum deles pareceu ter conseguido aproveitar esse momento. Mesmo sem estar presente, Trump foi figura constante nos debates. Republicanos direcionaram boa parte do tempo a criticar o ex-presidente, inclusive por sua ausência.

Em uma das discussões, o ex-governador de Nova Jersey, Chris Christie, chamou Donald Trump de “Donald Duck” (“Pato Donald”), ao dizer que ele estaria “ducking”, ou seja, se escondendo dos debates. Em outro, Ron DeSantis disse que o ex-presidente poderia até levar um teleprompter para o palco, caso o equipamento fosse ajudá-lo a se sentir mais à vontade para participar dos embates.

Os comentários demonstram a dificuldade dos republicanos se desvencilharem da figura de Trump, apesar de todas as controvérsias. A pressão sobre o comitê republicano para cancelar os futuros debates também reforça como o ex-presidente busca um poder cada vez maior independente do partido, impulsionando o “Trumpismo”.

Diversas pesquisas já provaram que a maioria dos americanos não gostaria de ter que escolher mais uma vez entre Trump e Biden – mas a não ser que exista uma enorme mudança no cenário, tudo leva a crer que essa será a disputa nas urnas de 2024.

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