No seu rápido pronunciamento na noite desta quarta-feira, 26, no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro declarou:
“Em certos lugares eu achava que iria bem e poderia até ganhar (…), perdemos.
Certamente as inserções fizeram a diferença.“
Em outras palavras, admitiu que seus levantamentos estão menos votos do que sua equipe de campanha esperava.
Talvez isso explique a irritação do presidente, a suspensão de sua ida ao Rio de Janeiro, a convocação às pressas de reuniões ameaçadoras em Brasília com ministros, comandantes militares e assessores da campanha e o chamamento à imprensa para seu pronunciamento.
Bolsonaro reclama do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que não atendeu ao pedido de abertura de investigação sobre a afirmação de que rádios do Nordeste não estariam levando ao ar propaganda eleitoral do presidente.
A quatro dias da eleição, Bolsonaro anunciou que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão de Moraes. Ao mesmo tempo, em seu entorno, aliados e assessores começam a defender o adiamento da votação.
Em outras palavras, a história se resume no seguinte: a campanha pela reeleição do presidente detectou que ele tem menos votos do que imaginava e o candidato tenta melar ou adiar a votação marcada para o próximo domingo.
Segue um roteiro semelhante ao adotado pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump quando este tentou tumultuar a eleição naquele país: denunciar que haveria um sistema de contagem de votos viciado e fraudes no varejo, chamar seus eleitores para permanecer nas ruas em estado de alerta, tanto antes, como durante e após a abertura das urnas.
É isso que ele chama de jogar “dentro das quatro linhas”? Mais parece ameaça de golpe. Tudo indica, no entanto, que aqui, como nos EUA, não terá o resultado que o mandatário do governo espera.
Fonte: UOL