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Tebet e Marina dão gás à campanha de Lula

Busca por votos ganhou reforço da senadora Tebet e de Marina Silva, que assumiram papel de protagonismo em comício na Grande BH

Em atos públicos na Grande BH, a senadora Simone Tebet e a deputada federal eleita Marina Silva discursaram em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou no sábado sua segunda passagem por Minas no segundo turno. Depois de visitar Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e Juiz de Fora, na Zona da Mata, na sexta-feira, o petista fez uma caminhada entre a Região de Venda Nova, em Belo Horizonte, e Ribeirão das Neves, na região metropolitana.

A incursão foi a primeira que teve a senadora Simone Tebet (MDB) ao seu lado em atos públicos e também foi marcada por discursos da deputada federal eleita Marina Silva (Rede).

Na Grande BH, a campanha direcionou o discurso para a redução de abstenções e convencimento de eleitores que anularam o voto ou não escolheram Lula ou Jair Bolsonaro (PL) no último dia 2.

Além de Tebet e Marina, na Grande BH Lula foi acompanhado por Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito da capital e candidato apoiado pelo petista ao governo do estado. Também estavam na comitiva o ex-governador Fernando Pimentel (PT), o senador Alexandre Silveira (PSD) e diversos deputados eleitos neste pleito, como Beatriz Cerqueira, Reginaldo Lopes Macaé Evaristo e Andreia de Jesus, todos do PT, e Célia Xakriabá (PSol). 

Em seu discurso, Lula trouxe à tona a estratégia de buscar votos de indecisos, nulos e abstenções. O petista disse a apoiadores que eles devem fazer eleitores recordarem sua gestão em comparação à de Bolsonaro para conseguir mais votos no dia 30 de outubro. “Temos milhões de pessoas que não foram votar no dia 2 de outubro. Aqui em Minas Gerais nós temos 30% dos jovens que tiraram título de eleitor e não foram votar. Temos outros milhões que não votaram por qualquer razão. Ou porque não queria, ou porque não tinha o dinheiro do ônibus ou porque não tinha sido convencido por nós. Então, eu queria começar dizendo para vocês que nós temos de segunda a sábado para conversar com essa gente e explicar porque essa gente tem que votar e eles têm que derrubar esse fascista que governa nosso”, afirmou.

A fala de Lula foi precedida por Simone Tebet, que também começou o discurso com foco nas abstenções. “Nós, de hoje até o dia 30 de outubro, temos um compromisso e um compromisso apenas. Através das redes sociais, dos círculos dos nossos amigos, nas nossas igrejas, nas nossas casas. Levanta a mão aqui quem conhece alguém que anulou o voto. Quem conhece alguém que votou em branco, que votou em Ciro ou em Simone. Agora é hora de falarmos para essas pessoas, Ciro está com Lula, Simone está com Lula. Quem anulou o voto tem que dar o voto no 13 pela democracia”, afirmou a senadora.

Lula fez críticas a Bolsonaro durante pronunciamento, falou sobre a política armamentista do atual presidente em comparação ao investimento em educação e reforçou propostas de retomada de investimento em universidades públicas, escolas técnicas e programas como o Minha Casa, Minha Vida. Tebet e Marina reforçaram críticas à fala recente do atual presidente quando disse ter “pintado um clima” com adolescentes venezuelanas que, segundo Bolsonaro, estariam se prostituindo.

Marina Silva também discursou em Ribeirão das Neves. A ex-ministra e ex-senadora reforçou o apoio a Lula ao lado de Tebet e recordou sua experiência com a alfabetização tardia e a dificuldade no acesso à educação. “Eu decidi que não quero ver o povo preto, o povo pobre, os nossos jovens entrando por frestas. Queremos entrar pela porta da frente e quem ajuda a entrar pela porta da frente é Luiz Inácio Lula Presidente. No dia 30, quem vai sair pela porta dos fundos é Bolsonaro”.

Ataques

Simone Tebet abriu seu pronunciamento à imprensa se solidarizando com Carmen Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal chamada de prostituta pelo pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) na véspera, e com Marina Silva, que também foi atacada na sexta-feira. A senadora e a própria Marina relataram posteriormente momentos vividos pela deputada federal eleita em um restaurante da Região Centro-Sul de Belo Horizonte. 

De acordo com Marina, enquanto ela e outros integrantes da comitiva de Lula jantavam, apoiadores de Bolsonaro, em uma outra mesa do restaurante, começaram a gritar “mito” e o nome do presidente e depois a xingaram diretamente com palavras como “traidora” e “vagabunda”.

“Quando se trata de uma mulher é sempre nessa questão de natureza moral, sexual. Parece que o bolsonarismo não sabe lidar com as mulheres, não sabe lidar do ponto de vista político e ético”, afirmou Marina. Ela registrou a ocorrência em uma delegacia e disse que o fez para que a atitude não se repita.

Lula comentou o ataque à aliada. “É um canalha da pior espécie. A companheira dele tentou segurá-lo porque ela sabe que se uma filha dele soubesse o que ele estava fazendo, ele ia ficar desmoralizado”, disse o petista.

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