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Banco Central admite que inflação vai estourar meta pelo segundo ano consecutivo

Instituição também avalia que probabilidade do índice ficar acima do teto em 2023 cresceu de 12% para 29%

Banco Central visa manter inflação de 2023 dentro da meta, dentro de cenário que vê como negativo

Banco Central (BC) admitiu nesta quinta, 30, que a inflação de 2022 ficará acima da meta esperada – o centro da meta para este ano é de 3,5%, com variações admitidas de 1,5% para mais ou para menos. Segundo o relatório trimestral divulgado hoje, a probabilidade da inflação ficar acima da meta em 2022 passou de 88% em março para 100%. Atualmente, a instituição trabalha com a estimativa de que o índice feche o ano em 8,8%. Para 2023, a meta é de 3,25%, com piso em 1,75% e teto em 4,75%, e a probabilidade de ficar acima do teto subiu de 12% para 29%. A projeção do banco para o próximo ano é de que a inflação chegue a 4%, e em 2024 fique em 2,7%.

Entre as razões citadas para as expectativas, o BC citou inflação recente maior do que o esperado, revisão das projeção de curto prazo, o aumento dos preços internacionais do petróleo e a propagação das pressões inflacionárias por inércia. Também mencionou o crescimento das expectativas de mercado para a inflação, os indicadores de atividade econômica mais fortes que o esperado e o aumento da taxa de juros real neutra. O cenário não considera, no entanto, o impacto de medidas propostas pelo governo para baixar os preços de combustíveis e energia propostas pelo governo, como a limitação do ICMS a 17%, que também terão custo fiscal. Quando a inflação fica fora do intervalo da meta, o presidente do BC escreve uma carta ao presidente da República para explicar a situação. Em 2021, o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, explicou o aumento acima do esperado citando a valorização dos preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional, como alimentos e minério), da energia e da falta de insumos, problemas que atingiram o mundo todo.

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