Recuperação do mercado de trabalho foi o principal fator de recuperação do índice da CNC, que está abaixo da zona de satisfação desde 2015
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 1,8% em março, o terceiro aumento mensal seguido do indicador da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Entre os subíndices do ICF, destaque para Emprego Atual, que atingiu o nível de 102,0 pontos e foi o primeiro a voltar a ser considerado satisfatório pelos consumidores. Na média, a intenção de consumo atingiu 78,1 pontos – melhor pontuação do que a alcançada no mesmo mês em 2021 (73,8 pontos). Mais ainda está abaixo da zona de satisfação (100 pontos ou mais), cenário que se repete desde abril de 2015.
Na avaliação por faixa de renda, as famílias com ganhos acima de dez salários mínimos mostraram menor nível de insatisfação – 94,5 pontos -, com aumento mensal de 1% e alta anual de 11%. Entre as famílias com renda abaixo de dez salários mínimos, o indicador marcou 74,7 pontos, com crescimento de 2,1% em relação a fevereiro deste ano e de 4,4% na comparação com março de 2021.
Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a recuperação do mercado de trabalho foi o fator de forte influência para os resultados de março. “Com maiores chances de emprego, consequentemente, os consumidores passaram a ter mais acesso à renda. Esse processo levou a um aumento do percentual de famílias que consideraram sua renda melhor do que no ano passado”.
A economista da CNC responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, avalia que os números confirmam a melhora da percepção dos consumidores em relação às compras a prazo. “Mesmo com as famílias ainda considerando, em sua maior parte, dificuldade de ter acesso ao crédito, o segundo aumento seguido desse componente aponta que a renda mais equilibrada e a maior confiança na manutenção do emprego proporcionam condições de consumo favoráveis o suficiente para compensar esse desafio”.