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Prefeitos da RMS buscam protocolo único para reabrir escolas

Assim como foi feito com o comércio, os prefeitos das cidades da Região Metropolitana de Salvador (RMS) buscam unificar um protocolo para a retomada das atividades escolares. Embora não tenha data específica para retorno, os chefes do executivo da RMS se reuniram com o secretário estadual da Educação (SEC), Jerônimo Rodrigues, ontem, para discutir medidas de retorno às aulas após cinco meses sem atividades. 

O protocolo único deve conter medidas de segurança a serem tomadas para a volta dos professores e alunos às salas de aula. Dentre os protocolos estabelecidos estão a determinação do uso de equipamentos de segurança, instalação de estações de álcool em gel e ventilação nas salas de aula.

Além de Jerônimo Rodrigues, estiveram presentes os prefeitos Elinaldo Araújo (Camaçari), Diógenes Tolentino (Simões Filho), Dr. Breno (São Sebastião do Passé) e os secretários de Saúde das cidades. 

Na quarta-feira, 12, ocorrerá outra reunião para aprofundar o diálogo entre SEC, prefeitos e secretários dos municípios. De acordo com Rodrigues, a RMS representa um terço do sistema de educação no estado: “Temos que discutir com calma e envolver o Conselho Estadual de Educação. Para isso vamos ter mais um encontro ainda esta semana para alinhar tudo isso com o aval do governo do estado”.

O prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (DEM), lembra que o município procura trabalhar neste sentido, ouvindo técnicos sanitários, infectologistas e especialistas no assunto. A preocupação do prefeito é não tomar atitude que venha a causar alguma falha no planejamento. O chefe do executivo de Camaçari afirmou que quando pensou em reabrir o comércio, procurou a opinião da ciência, o que deu certo.

“Camaçari está com 30% de leitos clínicos e 62% dos leitos de UTI ocupados. Estamos discutindo para implantarmos a segunda fase. Vamos fazer de tudo para não perder o ano letivo; Para isso, é preciso salvar o ano de 2020, já que pelo menos 40 mil alunos podem ser prejudicados”, sinaliza Araújo.

O prefeito de Simões Filho, Diógenes Tolentino (DEM), demonstra preocupação em preservar as famílias evitando que crianças se tornem vetores do vírus: “ Mandar uma criança para a escola pode acabar colocando em risco outros membros da como pais e avós”.

Segunda fase

Quanto a implementação da segunda fase de flexibilização do comércio na Região Metropolitana de Salvador, os prefeitos são unânimes em dizer que a decisão também será tomada em conjunto. O prefeito de Camaçari pontuou que está discutindo com os demais gestores dos municípios as medidas para flexibilização com reabertura de bares, restaurantes, academias e salões de beleza.

A opinião foi ratificada pelos demais prefeitos presentes. Todos lembraram ainda que procuram dialogar também com o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), na busca do alinhamento para tomada de decisão na pandemia do novo coronavírus. 

Unidade na decisão

Enquanto os prefeitos da Região Metropolitana de Salvador (RMS) se reuniam com o secretário estadual de Educação, Jerônimo Rodrigues, o prefeito de Salvador, ACM Neto (Dem), em entrevista à imprensa, pedia compreensão para que os prefeitos da RMS não retornassem com as aulas sem um alinhamento prévio com a prefeitura de Salvador e com o Governo do Estado.

O pedido do prefeito de Salvador é a segunda tentativa para fazer com que os executivos da RMS adotem um posicionamento alinhado ao da capital em relação ao passos para retomada das atividades nas cidades. 

No dia 30 de julho, em meio a primeira fase de reabertura, ACM Neto pediu para que não fossem reabertos bares e restaurantes na RMS, previsto apenas para segunda fase da retomada, com a mesma justificativa, de que a retomada das atividades comerciais poderia provocar novos casos da Covid-19 e afetar os leitos que estão concentrados em sua maioria na capital.

Apesar dos apelos do chefe do chefe do executivo da primeira capital do país, um levantamento realizado pelo A TARDE  mostrou, à época, que cinco das 13 cidades da RMS já haviam autorizado o funcionamento de bares e restaurantes. 

O prefeito de Camaçari afirma que ainda não existe previsão para o retorno das aulas no município. 

Elinaldo Araújo (Dem) fala com cautela na retomada das atividades educacionais, para evitar que crianças e jovens se tornem potencial vetores. “Estamos estudando protocolos e observando a experiência de outros países que já reabriram suas espaços educacionais. Em escolas e faculdades, temos inevitavelmente aglomerações, o que aumenta o risco de contágio. 

Então, precisaremos tomar todos os cuidados e definir, conjuntamente, um protocolo de retomada das aulas que minimize ao máximo o risco de contágio e garanta segurança a todos nas escolas”, explicou Araújo.

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