A Costa do Marfim avalia um aumento do prêmio que cobra pela qualidade do cacau do país que poderia chegar ao dobro da margem atual, segundo três pessoas com conhecimento do assunto.
O maior produtor de cacau do mundo planeja elevar o prêmio do país, também conhecido como diferencial de origem, para uma faixa entre 150 libras (US$ 187 dólares) e 180 libras por tonelada sobre os preços futuros em relação à indicação atual de cerca de 90 libras por tonelada, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. O aumento poderia ser implementado no fim de maio ou início de junho e incidir em novos acordos de vendas a prazo para a próxima safra que começa em outubro, disseram as pessoas.
Um porta-voz do regulador não quis comentar quando contatado por telefone.
O aumento do prêmio por qualidade ocorreria menos de um ano depois que a Costa do Marfim e Gana, vizinhos na África Ocidental que respondem por mais de 60% da produção global, implementaram um diferencial de US$ 400 por tonelada para melhorar a renda de agricultores. O domínio desses países deu pouca opção a operadores a não ser concordar com a mudança, embora o aumento tenha sido parcialmente compensado por descontos em outros encargos.
A Costa do Marfim melhorou a qualidade dos grãos em comparação com outros produtores, como Nigéria e Camarões, o que justificaria o aumento, disse uma das pessoas. O país também aumentou sua capacidade de armazenagem e vai estocar grãos se inicialmente os clientes se recusarem a fazer acordos com o preço mais alto, disse a pessoa.
Os contratos futuros de cacau em Londres caíram de um pico em fevereiro, pois o surto de coronavírus afeta a demanda por chocolate. Segundo a Olam International, o processamento mundial de cacau deve cair pela primeira vez em quatro anos.
Bloomberg L.P /Economia.uol.com.br