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Advogado desenvolve método para atrair clientes a escritório sem ferir normas da OAB

A atração de clientes é, sem dúvida, uma das maiores dúvidas e problemas de advogados que abrem um escritório de advocacia. Como divulgar o seu trabalho sem ferir as normas da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)?

Pensando nisso, um advogado e professor de Direito de São José dos Campos, no interior de São Paulo, desenvolveu um método em que ensina como atrair clientes para um escritório utilizando as redes sociais como arma principal.

Segundo o advogado, o método vem sendo testado por ele há três anos e elevou consideravelmente o seu número de atendimento de clientes em seu escritório durante o período. “Com certeza levou o meu escritório a outro patamar. Hoje o mundo mudou e o advogado precisa acompanhar essa evolução para não ser ultrapassado”, disse Cristiano Pinto Ferreira, que advoga há mais de 22 anos.

O OAB, entidade que representa os advogados e regulamenta a advocacia no Brasil, proíbe qualquer tipo de propagandas a advogados, sob possíveis aplicações de penalizações, como até a perda do direito de advogar.

O treinamento consiste em algumas etapas. Primeiro, o advogado deve definir a sua especialidade na advocacia. Área Trabalhista, Previdenciária e de Família estão entre as mais comuns. Depois, é necessário traçar qual seria o seu cliente ideal, como seus principais problemas, quais soluções eles precisam, o que fazem, entre outros.

Depois, é preciso posicionar a produção de conteúdo direcionada a esse cliente ideal. Os exemplos de postagens são notícias, alterações em leis, todo tipo de informação que possa ser relevante para o seu público e que possa significar uma oportunidade para um advogado.

O conteúdo, além de ter qualidade, precisa ter consistência. É recomendado montar uma agenda de postagens para uma semana inteira em cumpri-la à risca.

Outro passo importante para ter sucesso nas redes sociais e, consequentemente fazer lotar a agenda de atendimento do escritório, é gerando autoridade. Segundo Ferreira, o advogado deve se aproximar de entidades de classe da sua cidade, de juízes, promotores e delegados para ser observado, além de participar de estar sempre à disposição dos veículos de comunicação.

“Networking é fundamental e isso vai mostrar para o seu público que você é importante e uma autoridade no assunto e, sendo importante, gera a imagem que é um bom advogado e referência no assunto”, explica.

Durante o método, o advogado e professor de Direito destaca a importância de se ter uma cabeça preparada para os desafios. Entre eles está o mindset, de que é a maneira de como o cérebro toma atitudes para as decisões. Também há dicas de como montar o primeiro escritório, noções de empreendedorismo jurídico e gestão, além de caminhos para evoluir a carreira na advocacia.

Mercado

De acordo com Cristiano Pinto Ferreira, um dos motivos que o fez desenvolver o treinamento para os advogados foi por observar que o mercado está cada vez mais competitivo. E isso tem mostrado ainda mais frequente nos últimos anos.

Segundo o Censo da Educação Superior de 2017, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Direito foi o curso com mais matrículas no país em 2017, com 879.234 graduandos. Mais de um milhão de alunos estão na faculdade atualmente e que estarão no mercado nos próximos anos.

Contudo, a maior parte dos cursos de Direito não ensinam os alunos gestão, noções de marketing e como atrair clientes sem ferir as normas da OAB, limitando somente ao ensino de conteúdos técnicos, ou seja, a faculdade de direito muitas vezes não ensina como advogar.

Segundo ele, quem não estiver compartilhando o que sabe, gerando valor ao seu público e atraindo clientes nas redes sociais nos próximos cinco anos, estará muito atrás em relação a outros advogados. “Hoje, infelizmente, sinto que o advogado não sai preparado para o presente, muito menos para o futuro. É preciso sempre estar antenado pelo o que vem por aí. Será que os robôs, por exemplo, impactarão a profissão? É necessário ficar atento”, argumentou Cristiano Pinto Ferreira.

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