No período de apenas 48 horas, uma casa de concreto de 35 metros quadrados foi erguida com estruturas impressas em 3D, retiradas de uma grande impressora metálica de 3,5 metros de altura. O feito, digno de roteiro de filme futurista, foi realizado pela construtora Icon no mês passado, no estado do Texas, nos Estados Unidos. A exemplo do que ocorreu no Texas, a tecnologia 3D é a protagonista do futuro da construção civil na Bahia, onde programas computacionais e máquinas otimizam os projetos da área.
Na tela do computador de Andrei Bittencourt, diretor da empresa de tecnologia Renderarts 3D, projetos imobiliários baianos são convertidos em maquetes e animações eletrônicas tridimensionais. O trabalho desenvolvido pelo diretor faz parte do campo da computação gráfica tridimensional, tecnologia conhecida no âmbito tecnológico como CG.
Os modelos computacionais desenvolvidos na empresa permitem a interação e a navegação virtual por cômodos e estruturas de edificações montadas em maquetes. A perspectiva tridimensional da maquete eletrônica é feita com base nas normas e padrões arquitetônicos da construção, fato que faz a tecnologia servir como pilar para a gestão segura de projetos.
“Em qualquer área do conhecimento, assim como é o caso do 3D, a segurança deve prevalecer sobre a criatividade. Com respeito à normatização da construção civil, o CG se encontra cada vez mais presente, contribuindo para a organização, tomada de decisão, marketing e gestão de planejamentos”, diz Bittencourt.
Modelos tridimensionais
O Building Information Modeling (BIM), tecnologia que conduz a concepção de modelos 3D, é a atual referência quando o assunto é o futuro da construção civil na Bahia. A tecnologia permite a concepção associada de dados, simulações, monitoramentos e operações da construção. No Senai-Cimatec, instituição de ensino localizada em Piatã, pesquisas e inovações ligadas ao BIM estão em desenvolvimento.
As pesquisas são voltadas para a implantação e o gerenciamento de processos BIM em obras feitas no estado. A evolução tecnológica da aplicação dos modelos tridimensionais nos projetos construtivos passa por aparatos, como o uso de impressões 3D, realidade virtual (RV), realidade aumentada (RA) e drones.
“O objetivo dos aparatos tecnológicos é gerar uma nuvem de pontos. Estes pontos são usados para a construção dos modelos 3D das edificações. É possível destacar que estamos em um caminho sem retorno. Os métodos tradicionais de projeto com base 2D já estão obsoletos e certamente deixarão de orquestrar a construção”, explica o professor do Senai Carlos Alberto Bomfim, pesquisador da área da construção civil.