Manifestação ocorre após um professor de Física da Universidade Federal do Ceará (UFC) assediar uma aluna de 16 anos do curso de Agronomia.
Equilibrando-se nas pontas dos pés, a estudante Taynara Pinheiro, de 22 anos, segurava uma cartolina. Ao lado, a amiga – que pediu para não ser identificada – pelejava com a fita adesiva para fixar o papel. Atrás delas, a Larisse Medeiros, 22 anos, direcionava: “mais para lá”, dizia a fim de encontrar o local mais visível. Unidas, as três universitárias cravavam na porta de vidro do campus de Física da Universidade Federal do Ceará (UFC) a frase: “É para acabar com o machismo e não para aniquilar os homens”. Para cobrar efetividade na punição do professor acusado de assediar uma aluna de 16 anos no último dia 12, estudantes reuniram-se no inicío da tarde desta sexta-feira, 15, no campus do Pici.
Mas, o contar de tempo de, no máximo cinco minutos – enquanto a reportagem do esteve no local, foi o suficiente para perceber que essas palavras necessitam reafirmação. Quando as estudantes fixavam o cartaz, um homem grisalho, de camisa social, atravessava o corredor. Ele parou. Olhou, leu e disse: “assim vocês vão acabar com os homens”. Elas reviram o globo ocular e responderam: “a gente que é acabar com o machismo”.
Manifestação organizada por alunas de Agronomia juntamente com o Centro Acadêmico Dias da Rocha (CADR Agronomia) e com o apoio do Diretório Central dos Estudantes (DCE UFC), reuniu cerca de 100 jovens, segundo Mara Cibely, estudante de Agronomia e coordenadora do DCE-UFC . “O objetivo era chamar a atenção e falar que, nós mulheres, não vamos ficar caladas. O assédio não deve acontecer nem fora, imagine dentro do ambiente acadêmico, que deve ser plural e respeitoso”, destacou.