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ACM Neto mantém mistério sobre candidatura, mas busca na fé o rumo da eleição

Neto pede ao Bonfim ajuda para decidir 2018

Em meio ao assédio, Neto cumprimenta simpatizantes durante a festa (Foto: Betto Jr./CORREIO)

Em ano eleitoral, o prefeito ACM Neto (DEM) foi à Lavagem do Bonfim na iminência de tomar aquela que pode ser a mais importante decisão de sua carreira política até agora: abdicar da prefeitura de Salvador para concorrer ao governo do estado. E foi ao Senhor do Bonfim que ele recorreu para escolher qual caminho seguir.

“Peço ao Senhor do Bonfim que me dê discernimento para sempre tomar as melhores decisões na minha vida. Isso não vale só para a política, mas também para ela. Claro que espero ter a proteção dele e sua luz na hora de decidir meu caminho neste ano”, revelou Neto, que percorreu os oito quilômetros entre as basílicas da Conceição da Praia e do Senhor do Bonfim em quase cinco horas. Foi o ano que ele mais demorou para concluir o cortejo entre as seis edições da Lavagem que participa como prefeito

Ao longo do caminho, Neto fez questão de parar diversas vezes para cumprimentar as pessoas que acompanhavam o cortejo, sempre disposto a fotos e selfies, dezenas delas. Acompanhado por secretários, vereadores, deputados, lideranças políticas e militantes, além do vice-prefeito Bruno Reis (MDB), Neto voltou a afirmar que a decisão sobre candidatura a governador ainda não foi fechada.

Maia
O prefeito descartou, contudo, candidatura ao Planalto, negando especulações que apontam seu nome entre os presidenciáveis. Neto reafirmou ainda a posição favorável à candidatura do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, pelo DEM. “Se depender de mim, será ele”, ressaltou.

Quando questionado sobre qual, de 0 a 100%, era o percentual de chances de disputar o governo, Neto deu uma pausa como se estivesse calculando a probabilidade, mas desconversou e sorriu. “Eu não sou professor para ficar dando nota. Até gostaria, porque é uma profissão que gosto muito”, brincou.

Unidade
Com Neto, marchou a tropa de aliados em grande número, alguns deles, declaradamente interessados em integrar uma eventual chapa majoritária liderada pelo DEM – o deputado federal Jutahy Junior (PSDB) e o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM).

Parte do bloco democrata conseguiu acompanhar o prefeito. A outra preferiu realizar o trajeto um pouco à frente ou atrás, por causa da aglomeração  em torno do prefeito, que parava constantemente para conversar com as pessoas.

Em um dos pontos, Neto foi vaiado por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que iniciaram o cortejo quase ao mesmo tempo da comitiva do prefeito. Mas a ofensiva foi ofuscada por simpatizantes do democrata, ao coro de “Neto governador”.

Na ala de Neto, deputados diziam que se aliar à imagem do prefeito vai ajudar na eleição. A prova, argumentam, é que a base governista na Câmara de Salvador elegeu maioria absoluta em 2016. “Neto é hoje reconhecido nacionalmente, não apenas na Bahia. É o que eu, que tenho rodado diversas cidades brasileiras, observo”, disse o vereador licenciado Paulo  Câmara (PSDB), atual secretário  nacional de Assuntos Federativos  e virtual candidato a deputado estadual.

Todos os aliados faziam de tudo para se aproximar de Neto e posar ao lado dele no cortejo. Ao concluir o trajeto, o prefeito disse que seu teste de popularidade é a vivência na cidade, não apenas o Bonfim. “Aqui é a consagração de tudo que a gente faz ao longo do ano”, disse, sem esconder que a ajuda pedida ao senhor que rege a festa.

 

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