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Quem tem nível superior consegue maior retorno por educação

Segundo um estudo da FGV Social, em 1996, 70% dos filhos permaneciam com a mesma educação dos pais; em 2014, essa parcela caiu para 47%. Essa melhora, no entanto, não se deu da mesma forma em todos os níveis. O prêmio por cada ano de estudo aumentou de 193% para 203% para quem foi à universidade, mas quem apenas concluiu o ensino médio viu essa vantagem cair de 114% para 68% entre 1996 e 2014, segundo o jornal O Globo. 

O coordenador do estudo, Marcelo Neri, diz que o aumento da demanda por trabalhadores com ensino superior fez o prêmio por cada ano de estudo subir para quem tem diploma superior. A partir de dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), o economista calcula que 33% da desigualdade no mercado de trabalho eram explicados pela diferença salarial dos profissionais de nível superior em 1996, enquanto em 2014 esse percentual era de 44%.

Segundo Neri, a mobilidade social melhorou no Brasil, mas a relação entre a educação de pais e filhos ainda permanece muito alta. O pesquisador explica que a desigualdade no mercado de trabalho começa na escola. Para quem tem curso superior e os pais não tinham instrução, o salário era de R$ 2.603. Quando os pais tinham curso superior, a renda subia para R$ 6.739.

Neri ressalta que a recessão em 2015 e 2016 deve reduzir ainda mais o prêmio pela educação: “O salário dos jovens caiu em média 4,4% em 2016. Para quem tem entre 20 e 24 anos, a queda foi de 10,6%”, diz Neri.

 

 

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