MAIS DESENVOLVIMENTO

Por reforma agrária, MST ocupa Ministério do Planejamento e sedes do Incra

Jornada de movimentos do campo cobra verbas do orçamento federal para política agrária.

Grupos de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) ocuparam o prédio do Ministério do Planejamento, em Brasília, e sedes regionais do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no início da manhã desta terça-feira, 17. A entidade divulga o início de uma jornada de manifestações, junto a outros movimentos do campo, para cobrar do governo verbas congeladas que seriam destinadas à reforma agrária.

Na Capital federal, a Polícia Militar diz que cerca de 300 pessoas ocupam o saguão do ministério, enquanto o MST afirma que o número chega a mil manifestantes. Eles cortaram o cadeado de uma porta por volta das 5 horas da manhã e pedem para ser recebidos pelo ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira.

PMs cercam o local em apoio a equipes da Polícia Federal, responsável pela segurança nos prédios do governo. Os manifestantes impedem o acesso dos funcionários do ministério. Até o momento, não foi marcada nenhuma audiência com representantes do governo e também não há ordem para que o grupo seja removido à força. Eles impedem o acesso de funcionários do prédio.

Segundo o MST, a Jornada Nacional de Lutas de Outubro mobiliza cerca de dez mil militantes. Além de Brasília, o movimento relata ocupações de dez prédios do Incra em outras cidades – entre elas, Maceió (AL), Ponto Novo (BA), Recife e Petrolina (PE). Acampamentos também foram montados em ao menos três fazendas que o grupo considera improdutivas, na Bahia, Mato Grosso e Goiás.

Em comunicado publicado no Facebook, o MST afirma que a mobilização “denuncia o desmonte da política de reforma agrária e cobra a restituição de seus orçamentos”. A entidade informa que iniciou uma jornada unitária, junto a outros movimentos do campo, para pressionar o governo federal a restabelecer verbas previstas para a política agrária no Orçamento de 2017, além da recomposição do orçamento para o próximo ano.

Por Bibiana Borba, O Estado de S.Paulo

Veja também