Políticos aliados acreditam que a aprovação do polêmico fundo eleitoral para financiar as campanhas de 2018 deu o impulso que faltava para que o prefeito ACM Neto (DEM) assuma definitivamente a candidatura ao governo em 2018. Desde o princípio, Neto condicionava a batida do martelo com relação a ser candidato à definição de regras mais claras com relação ao financiamento eleitoral e à liberdade para montar uma chapa que considere efetivamente competitiva.
Usava como argumento tanto a paranóia que se estabeleceu em relação ao uso de dinheiro nas eleições desde o início da operação Lava Jato quanto a necessidade de se sentir confortável na montagem de um grupo para disputar a sucessão que lhe desse tanto tranquilidade moral quanto eleitoral. O primeiro ponto, com a aprovação do financiamento público, parece definitivamente assegurado, diz um assessor do prefeito que acompanha de perto seus passos e humores.
“Embora isto não tenha vazado nem ganho maiores proporções, esta (a indefinição das regras de financiamento) era a única questão que poderia impedir o prefeito de renunciar à Prefeitura para concorrer ao governo no ano que vem”, afirma a mesma fonte, garantindo ter ouvido mais de uma vez Neto ter afirmado que não havia hipótese de sujar seu nome envolvendo-se numa campanha em que o financiamento empresarial fora tanto proibido quanto criminalizado sem que o Congresso tivesse definido alternativas para os candidatos.
Este teria sido um dos motivos porque a totalidade dos deputados federais ligados ao prefeito resolveu apoiar a criação do Fundo Eleitoral, apesar da polêmica que o precedeu e continua acompanhando, provocando, inclusive, desgaste nos apoiadores da iniciativa. “Consideramos que, de fato, talvez o maior obstáculo para que o prefeito decidisse se tornar candidato a governador foi definitivamente superado com a decisão do Congresso com relação à criação do Fundo”, contou o assessor.