A viúva de João Alberto, homem espancado até a morte por dois seguranças do Carrefour, no Rio Grande do Sul, não aceitou a proposta de acordo de R$ 1 milhão feito pela empresa. Os advogados de Milena Borges Alves encerraram as negociações no último dia 24 de março e devem entrar na Justiça cobrando entre R$ 10 milhões a R$ 15 milhões.
A defesa de Milena recusou os valores que seriam indenizações por dano moral e material pois foi o mesmo pago pela morte do cão Manchinha, espancado por um segurança também no Carrefour, em São Paulo. A empresa destinou R$ 1 milhão para instituições de causas animais.
Ao Uol, o advogado Hamilton Ribeiro recordou o caso George Floyd, morto por um policial em maio do ano passado nos Estados Unidos. A família da vítima recebeu US$ 27 milhões de indenização.
“Quanto vale a vida de um negro afro-brasileiro e um negro afro-americano? Quando vai ter fim a síndrome do cachorro vira-lata?”, disse. Para Ribeiro, o Carrefour estaria “se agarrando” a um valor estipulado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) de 500 salários mínimos.