MAIS DESENVOLVIMENTO

Vendas na Bahia devem crescer 13% neste Natal

Um estudo desenvolvido pela Abecs, associação que representa o setor de meios eletrônicos de pagamentos, em parceria com o Instituto Datafolha, revelou que 62% da população tem a intenção de comprar presentes neste Natal

A movimentação nos principais centros comerciais de Salvador começa a crescer com a aproximação do Natal: não só o setor aguarda ansioso por um bom resultado nas vendas, como os consumidores esperam encontrar boas promoções para festejar o dia 25 de dezembro cheios de presentes, do jeito que o brasileiro gosta.

Quem passa pela Avenida Sete de Setembro, por exemplo, mal consegue andar com tanta gente nas calçadas. O fluxo ainda é menor nos shoppings centers, mas os comerciantes acreditam que a partir de hoje (19) ele deva aumentar gradativamente até a terça-feira (24).

Um estudo desenvolvido pela Abecs, associação que representa o setor de meios eletrônicos de pagamentos, em parceria com o Instituto Datafolha, revelou que 62% da população tem a intenção de comprar presentes neste Natal. A projeção é de que, neste ano, os brasileiros gastem, em média, R$ 446 com presentes de Natal, um aumento de cerca de 7% em comparação aos R$ 418 registrados em 2023.

Na Bahia, o faturamento é estimado em R$ 22,2 bilhões durante todo o mês de dezembro, conforme apontou a Fecomércio-BA. O crescimento nas vendas deve ser em torno de 13%. Se a expectativa for confirmada, será o melhor desempenho de dezembro desde 2015.

DESEMPREGO

Segundo o presidente da entidade, Kelsor Fernandes, o comércio chegou neste final de ano com toda força devido a baixa taxa de desemprego e inflação menor que há um ano.

“O comércio chega com toda a força neste final de ano, com a expectativa do seu melhor desempenho em quase 10 anos. A base desse resultado está sólida, com uma baixa taxa de desemprego, inflação menor do que há um ano, crédito ainda abundante, inadimplência em queda e recursos importantes do 13º salário. É um grande momento não apenas para o comércio, mas também para a economia baiana”, afirmou.

Com a data de recebimento da segunda metade do 13º salário prevista para acontecer até o dia 20 deste mês, a previsão é que o subsídio de natal injete na economia baiana pelo menos R$14,5 bilhões, dos quais R$ 4,8 bilhões devem ser direcionados especificamente para o consumo. Um adicional de R$ 2,5 bilhões em relação ao ano passado.

A Fecomércio destaca como “evidente” a importância desses recursos para as vendas de final de ano, sendo praticamente o principal definidor do desempenho do setor varejista.

A técnica em Enfermagem Roseli Morais Argolo, 35 anos, é um exemplo entre os milhares de trabalhadores brasileiros que vão usar o décimo terceiro para comprar presentes. “Paguei o cartão de crédito, zerei, e agora vou usar ele para comprar presentes pros meus três filhos e minha sogra. A vida do pobre é assim, a gente paga para poder se endividar de novo e tá tudo bem, tendo comida no prato, casa para morar e um pouco de lazer”, contou, aos risos.

Ainda conforme a Fecomércio, dentre os segmentos associados ao Natal, devem se destacar o de Supermercados, com projeção de crescimento de 17% no contraponto anual, atingindo R$ 9 bilhões, ou 41% do total das vendas do varejo no estado.

PRODUTOS

Roupas e calçados serão os produtos mais procurados pela população para presentear neste fim de ano. O segmento deve crescer 7% em relação ao mês de dezembro de 2023. Os aparelhos telefônicos, televisores e computadores também estão na mira dos consumidores e a expectativa é que registrem uma alta de 9%.

Cosméticos, Perfumes e Higiene Pessoal também são bastante procurados para presentes neste final do ano, com alta estimada de 9%.As demais elevações em dezembro devem ser vistas em: materiais de construção (18%), veículos, motos e peças (13%), lojas móveis e decoração (7%) e outras atividades (7%).

Já a pesquisa da Abecs com a Datafolha mostra que no Brasil as lojas físicas lideram a preferência dos consumidores. Os dados apontam que 73% optam pelas lojas físicas, enquanto 31% preferem as compras online. As compras presenciais são prioridade em todas as regiões: Norte (83%), Centro-Oeste (78%), Nordeste (77%), Sul (76%) e Sudeste (68%).

Quem mais deve comprar presentes é a população jovem. Na pesquisa da Abecs, 74% dos entrevistados que vão às compras estão entre 18 a 24 anos e 77% entre 25 a 34 anos. Os tipos de presentes mais mencionados são roupas (60%) e brinquedos (42%). Calçados aparecem em terceiro lugar, com 18%, seguidos por perfumes e cosméticos, com 15%. Abaixo dos 10%, estão eletrônicos (5%), acessórios (4%), eletrodomésticos (3%), utensílios domésticos e livros (2% cada). Aqueles que não souberam responder somam 8%.

Sindilojas demonstra preocupação com cenário político

O presidente do Sindicato dos Lojistas, Paulo Motta, revela que a entidade, assim como outras pelo país, está cautelosa em relação às vendas deste ano por conta da situação política que o país atravessa. Por conta dessa preocupação, a expectativa nas vendas caiu de um crescimento de 15% para apenas 5%.

“Um presidente que se mostra doente e com pacotes fiscais que estão em tramitação no Congresso e trazem muita preocupação para quem produz, para quem gera emprego e quem gera renda. Nos que tínhamos expectativa de crescimento acima de 15% em relação ao ano passado, estamos revisando essa expectativa para acima de 5%”, informou.

Apesar disso, o número de empregos temporários de 10 mil está consolidado. “O consumidor passa a ficar mais cauteloso em ir às compras por essa insegurança política que está atravessando o país onde a falta de previsão para redução da taxa de juros, o dólar que está chegando a 6,30 traz preocupação pro mercado. Com isso, o consumidor ao invés de ir às compras, ele se torna mais cauteloso”, destacou Motta.

De acordo com o presidente do Sindilojas, a projeção é de que o consumo médio seria de R$ 252 por pessoa. “Mas agora estamos projetando R$180 por causa disso. Essa situação que o país atravessa, com o Congresso instável e sem perspectiva de pacote fiscal que desonere o custo do Brasil e do trabalho, faz com que o Natal seja um período de cautela”, declarou.

 

 

Veja também