Os pesquisadores haviam anunciado, nesta terça-feira (5), que pela segunda vez no mundo um paciente veio a diminuir a sua carga de vírus HIV-1, causador da AIDS, e é provável que tenha sido curado.
O primeiro caso confirmado de uma pessoa que estava infectada com o vírus e foi possivelmente curada ocorreu há dez anos. O homem ficou conhecido apenas como ‘o paciente de Londres’. Ele passou por um transplante de medula óssea e tratamento durante um ano e meio e não mostrou sinais do vírus, informaram os pesquisadores revista Nature.
Os dois pacientes citados foram submetidos a um transplante de medula óssea para tratamentos de cânceres no sangue, eles receberam células-tronco de doadores com uma determinada mutação genética, que impede o vírus. O professor Revindra Gupta, da Universidade de Cambridge, é o autor do estudo. Ele declarou que, ao alcançar a remissão em um segundo paciente usando um método semelhante, mostrou que o ‘paciente de Londres’ não era uma anomalia.
Grupta e sua equipe disseram que o transplante de medula óssea, por ser um procedimento perigoso e doloroso, acaba não sendo uma opção viável para o tratamento da doença HIV. “Encontrar uma maneira de eliminar completamente o vírus é uma prioridade global urgente, mas é particularmente difícil porque o vírus se integra aos glóbulos brancos”, explicou Gupta.
Dois dias após o segundo paciente possivelmente curado ter sido anunciado, foi revelado um terceiro paciente também com indícios de cura do vírus. Ele foi revelado por outra equipe de cientistas, que o chamaram de ‘paciente Düsselforf’, e recebeu o mesmo tipo de tratamento que os outros dois. Já se passaram três meses que o paciente não toma os medicamentos antivirais e os exames realizados não mostram nenhum sinal da presença do vírus.
O pesquisador Javier Martinez-Picado, do Instituto IrsiCaixa de Pesquisa em Aids, informou a existência ainda de mais dois pacientes que também passaram pelo mesmo tratamento. No entanto, ainda estão tomando os medicamentos antivirais. Acredita-se que nos próximos meses após pararem de tomar o medicamento surja novos casos de pessoas consideradas curadas do HIV.
No momento, mesmo sem ter a certeza se o terceiro paciente foi realmente curado, só o fato de diversos pacientes estarem respondendo de forma positiva ao tratamento, já é algo de grande relevância para cura.