O motorista sobrevivente da chacina que deixou quatro outros motoristas mortos em Salvador, na última sexta-feira (13), falou com detalhes sobre o dia das execuções.
Em entrevista à TV Bahia, o sobrevivente, que pediu para não ser identificado, falou que pediu aos criminosos para não morrer.
“Eu falei ‘irmão, pelo amor de Deus, sou pai de família, vocês não têm necessidade de matar [as vítimas]’. Aí, ele falou: ‘Se dependesse de mim, não morria ninguém, mas quem manda é o coroa’. Ele disse que era para matar todo mundo’”, disse o motorista.
Ele relatou que conseguiu fugir depois que outro motorista, Genivaldo da Silva Félix, tentou aproveitar um momento de distração dos criminosos para reagir.
“O rapaz [suspeito] colocou a pistola em cima da geladeira para pegar o morto [uma das vítimas]. Quando foi pegar o morto, esse senhor de 48 anos [Genivaldo] levantou correndo e pegou a pistola, quando ele pegou a pistola, eles [os suspeitos] empurraram os paletes, que a cerca era palete, e tentaram pegaram a pistola [da mão do motorista], foi o momento que eu saí das amarrações, puxei a do pé e saí só com o da boca”, falou.
O sobrevivente foi encontrado pelo segurança da penitenciária da Mata Escura, após fugir por um local onde a lama chegava na altura do peito.
“Eu levantei [da lama] e levantei o braço. Como é um local que acho que era do presídio, se eu não me engano, eu levantei a mão e o segurança já veio com a arma em punho, só que ele viu que eu estava todo sujo de lama, eu caí e não tinha mais força, caí e pedi socorro”, disse o motorista.
Os mortos na chacina foram Sávio da Silva Dias, de 23 anos, Alisson Silva Damasceno, de 27 anos, Daniel Santos da Silva, de 31 anos, e Genivaldo da Silva Félix, de 48 anos.