Cargos em estatais ainda não foram totalmente contemplados e aliados políticos aguardam nomeação
Com a viagem à China junto à delegação do presidente Lula adiada, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) retoma as atenções para a rotina de entregas e inaugurações pela Bahia, mas também ao quebra-cabeça que é a contemplação de cargos em órgãos públicos a aliados políticos.
Na fila, nomes como os vereadores Joceval Rodrigues (Cidadania) e Henrique Carballal (PDT), puxam a esteira de nomeações prioritárias, mas que são tratadas sem pressa, junto ao vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que ainda não assumiu uma secretaria para chamar de sua.
Na última semana, Jerônimo Rodrigues (PT) disse que se reuniria com seu conselho político para tratar de cargos federais e do interior assim que retornasse do país asiático. Como a viagem não ocorreu e não tem data marcada ainda, as atenções para a semana estão sobre esta reunião.
Apontado nos bastidores como “homem de boa articulação”, Jerônimo ainda vai precisar recompensar o apoio político que recebeu na eleição do ano passado, como é o caso dos dois vereadores de Salvador.
Até então, a situação mais avançada é a de Henrique Carballal, que deve ser nomeado pelo governador como titular da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), conforme revelado pelo Portal A TARDE na última semana.
O próprio Jerônimo já confirmou que irá nomear o parlamentar em um cargo, sem revelar qual, alegando que quer “mantê-lo por perto”. A do vereador deve sair no Diário Oficial do Estado (DOE) ainda esta semana.
Já Joceval, que chegou com o “bonde andando” durante o segundo turno, ainda não foi especulado em nenhum cargo específico, mas é bem quisto pelo governador e tem sido presença constante nos eventos do governo em Salvador, o que nos bastidores da política é encarado como “cheiro de nomeação”. Fontes do A TARDE dão conta de que o vereador recebeu propostas do governador, mas que as tratativas ainda continuam.
Outra situação ainda indefinida é a do vice-governador Geraldo Júnior, que tem acumulado funções dentro do governo que não são necessariamente de um secretário, como as de coordenador do Carnaval e do São João da Bahia.
No entanto, durante a semana, surgiu um cenário hipotético de que o governador poderia recriar o status de secretaria para o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codes) e alocar Geraldo na pasta, mas a informação é desmentida pelo vice-governador, que se diz “satisfeito” na função de vice e fala em “curtir um pouco mais a cadeira”.
A parte mais difícil para Jerônimo é quando o assunto são os cargos federais, pois envolve mais partidos da base e a conversa tem outro rumo. Os olhos de membros da base estão voltados para duas superintendências: a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), que possui duas sedes no estado, em Juazeiro e Bom Jesus da Lapa, e a coordenadoria baiana do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Os dois órgãos são comandados por indicados de partidos de oposição ao governador.
Portanto, a semana pode ser de intensa negociação entre aliados políticos no âmbito estadual e federal.