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Recebimento de cacau nacional no mês de julho tem queda de 47,3%

Frente ao mês de junho, o volume recebido passou de 38.758 toneladas para 20.428 toneladas.

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O volume recebido de amêndoas nacionais sofreu um recuo de 47,3% no mês de julho frente ao recebido em junho, passando de 38.758 toneladas para 20.428 toneladas. Na comparação de julho desse ano com o mesmo mês no ano anterior, também houve uma queda de 32,5%, já que no mês de julho de 2021 o volume recebido foi expressivamente superior do verificado em 2022, com 30.271 toneladas. “A queda do volume recebido da safra temporã iniciou mais cedo do que no ano passado, o que pode impactar no volume do acumulado anual”, explica a diretora-executiva da AIPC, Anna Paula Losi. Entretanto o acumulado dos sete primeiros meses de 2022, ainda apresenta um crescimento importante se comparado com o ano anterior de 13,2% de acordo com os dados compilados pelo SindiDados – Campos Consultores e divulgados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de cacau (AIPC). No período, foram recebidas 127.606 toneladas de amêndoas, ante 112.687 toneladas no mesmo período de 2021.

Entre janeiro e julho de 2022 a moagem de amêndoas ficou em 125.966 toneladas, um recuo de 3,77% em relação às 130.914 toneladas. Na comparação entre junho e julho, o volume processado cresceu 6,63%, passando de 18.647 para 19.883 toneladas. Na comparação com julho de 2021, houve um leve recuo de 0,8%, já que o volume processado no mesmo mês do ano anterior foi de 20.042. “A moagem nos primeiros meses de 2022 ficou aquém se comparada ao mesmo período de 2021, que vinha de uma forte recuperação pós o período mais severo da pandemia. Apesar das perspectivas iniciais deste ano serem de crescimento, aspectos de instabilidade global tem trazido retração para a moagem, não somente no Brasil, mas também em outros importantes mercados”, pondera Anna Paula.

De janeiro a julho as importações de amêndoas também recuaram em comparação ao mesmo período de 2021: foram 11.011 toneladas recebidas, ante 40.007 toneladas. O volume importado de janeiro a julho é o menor dos últimos quatro anos. “Conforme a produção nacional vai crescendo as importações de amêndoas estão reduzindo, pois as mesmas ocorrem somente para que a indústria possa atender às demandas de seus clientes internacionais, mantendo o nível de ociosidade em um patamar aceitável”, aponta Anna Paula.

As exportações de derivados, que atendem principalmente os mercados dos Estados Unidos, Argentina e Uruguai também recuaram no acumulado do ano, passando de 30.321 toneladas em 2021 para 28.775 toneladas nesse ano, queda de 5,1%. A diretora da AIPC informou que “mais uma vez o cenário global tem impactado na exportação de derivados”, afirma.

Recebimento por estado

O recebimento de amêndoas por estado teve como destaque o volume enviado pela Bahia, de 78.445 toneladas no acumulado deste ano, recuo de aproximadamente 1,3% em relação às 79.453 toneladas de 2021, em seguida veio o Pará com 44.004 toneladas, cujo volume cresceu 47,2% em comparação às 29.886 toneladas do mesmo período de 2021, seguidos por Espírito Santo com 3.854 toneladas ante 2.280 toneladas, alta de 69% e Rondônia com 1.011 toneladas ante 1.032 toneladas, queda de 2%. Na comparação entre junho e julho, o recebimento de amêndoas foi inferior em todos os quatro estados. De todo modo entre as quatro principais regiões a Bahia continua apresentando o maior valor de entregas para indústria, 14.250 toneladas, frente a 6.178 das demais regiões.

Comparativamente, o mês de julho de 2022 teve um envio menor de amêndoas para as moageiras em todos os quatro estados, quando comparado ao mesmo período de 2021.

Análise do mercado internacional

De acordo com o analista da StoneX, Caio Santos, durante o mês de julho, os preços futuros de cacau operaram em patamares mais baixos em relação aos últimos meses, deslizando à mínima do último ano ao atingir US$2.280,00 por tonelada. A razão para este cenário é o contexto macroeconômico incerto e uma sazonalidade de preços comumente mais baixos entre julho e agosto. “No macro, a elevação dos juros nos EUA e Europa decorrentes do panorama inflacionário despejaram forte aversão ao risco em praticamente todos os mercados”, afirmou. De acordo com ele, os efeitos são ainda mais presentes em ativos de maior risco como o cacau.

Santos explica ainda que tal contexto também implicou fortes depreciações do euro e da libra contra o dólar, tornando mais custosas as operações para agentes que se utilizam dessas divisas e, consequentemente, retirando suporte do mercado. “Considerando tais pressões, o resultado das moagens trimestrais foram positivas na Ásia e Europa, colaborando com certo suporte aos preços”. O analista afirma que esse cenário deu uma perspectiva positiva quanto a demanda internacional limitando as perdas do mercado.

Fonte: AIPC

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