Putin quer ser mediador entre Israel e Irã para desviar atenção da guerra na Ucrânia © Ronen Zvulun, Alexander Kazakov, Office of the Iranian Supreme Leader, Pool / AP / Montage RFI
A tensão no Oriente Médio continua sendo destaque na imprensa francesa desta quinta-feira (19), que analisa a posição da Rússia no conflito. Para os jornais, o presidente russo, Vladimir Putin, se coloca como mediador, mas seu verdadeiro interesse é tirar a atenção dos ocidentais da guerra na Ucrânia.
Diante dos riscos de uma escalada, o presidente russo Vladimir Putin reitera seu interesse em desempenhar o papel de mediador no conflito, destacando que tem boas relações com os dois lados. A possibilidade é apoiada por Donald Trump, conforme o jornal, mas rejeitada pela Europa. Moscou contava com a iniciativa para reafirmar sua influência e Putin para acabar com sua imagem de pária da comunidade internacional, afirma Le Figaro.
Depois do ataque israelense ao Irã, a Rússia, grande aliada do governo de Teerã, fica, no entanto, na retaguarda, diz Le Parisien, sem uma condenação veemente aos ataques de Israel, se proclamando como mediador, mas sem nenhuma ação concreta. Para o jornal, a postura de Moscou de se apresentar como possível árbitro do conflito é irônica, vinda de um país que realiza há três anos uma ofensiva na Ucrânia.
Acordo de Trump
Para Libération, Putin é um aproveitador que tenta passar por mediador e tem o único objetivo de desviar a atenção da situação da Ucrânia, tudo isso com o aval tácito de Trump.
Segundo o jornal, o presidente russo demonstra que ainda tem um papel importante, em um mundo onde a força substitui cada vez mais o direito internacional.